Parceria entre Apadeq e Sindicato visa reinserir ex-dependentes químicos no mercado de trabalho

O caminho para a recuperação do vício em substâncias químicas é longo, e uma etapa dessa jornada é particularmente mais difícil devido ao preconceito contra estas pessoas: a reinserção no mercado de trabalho.

Assinatura do termo vai fortalecer reinserção de ex-dependentes químicos no mercado de trabalho. Foto: ContilNet

Foi pensando nisso que a Associação de Parentes e Amigos dos Dependentes Químicos (Apadeq), entidade sem fins lucrativos, firmou uma parceria com o Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Acre (Seac) para aumentar a oportunidade de vagas destinadas aos ex-dependentes químicos.

RESGATE DA DIGNIDADE

Antônio Balica, representante da Apadeq, destacou que além do tratamento contra o vício e o abuso, também é trabalhada a devolução de dignidade aos residentes, e uma oportunidade de emprego é parte fundamental deste serviço.

“Quando tratamos o dependente, precisamos também devolver a dignidade, resgatar o contato com a família e a sociedade. É uma das fases mais importantes, e este termo de cooperação que inclui 20 empresas será decisivo neste resgate dos cidadãos”, disse Balica.

Cerca de 20 empresas integram o termo que disponibilizará vagas em diversos campos profissionais. Foto: ContilNet

Atualmente, a Apadeq – que atua há mais de 20 anos no Acre – trata 36 residentes (sendo 26 homens e 10 mulheres). Ainda de acordo com Balica, as vagas serão preenchidas de acordo com a necessidade das empresas ligadas à parceria e com os perfis dos residentes.

“SÓ POR HOJE”

Fagner Calegário, representando a Seac, afirmou que o termo surgiu após verificar a dificuldade enfrentada pelas pessoas depois do tratamento: “Por isso gostamos de sempre reafirmar que o hoje deve ser vivido em toda sua intensidade. ‘Só por hoje’, ou seja, hoje não houve recaída, hoje executei minhas funções… É preciso um voto de confiança”.

RECUPERAÇÃO

Durante a assinatura, também compareceu Elias Assaf, funcionário da Apadeq e ex-residente. “Hoje eu percebo que estamos sendo vistos com outros olhos. A oportunidade de trabalho era quase escassa, por preconceito. Hoje, nos veem com outros olhos. Não temos culpa da doença, mas somos responsáveis pela nossa recuperação”, disse Assaf.

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