As redes sociais no município de Cruzeiro do Sul foram inundadas por mensagens de suposto abuso de autoridade e sessões de tortura cometidos dentro do presídio Manoel Neri da Silva, em retaliação ao assassinato do agente penitenciário Gilcir Vieira, de 38 anos. Ele foi perseguido e executado com cinco tiros, um deles na cabeça, na quarta-feira (30).
Em nota enviada à imprensa do município, os agentes penitenciários desmentiram as publicações – algumas delas com imagens de pessoas com marcas de agressão –, e esclareceram que após a morte do colega houve uma reunião de emergência dentro da unidade prisional para deliberar sobre o assunto.
O encontro teria gerado “um principio de motim com batedeiras intensas de grades”, que precisou ser contido pelo pessoal da guarda. Segundo o texto, foi então realizada uma revista geral com o objetivo ter conter o agravamento da situação.
Nas celas, os agentes encontraram “mais de uma centena” de armas artesanais, tais como estoques, fações e punhais, confeccionados com ferros extraídos da estrutura do presídio. Eles afirmam que o material seria “suficiente para iniciar uma guerra dentro da unidade”.
Em resposta, a guarda do Manoel Neri da Silva resolveu cancelar as regalias dos presos, retirando das celas rádios, aparelhos de TV e ventiladores – o que segundo a nota pode ser feito a qualquer momento, consoante as regras estabelecidas pela direção da penitenciária.
Tal iniciativa gerou grande descontentamento nos presos, e com isso eles teriam encarregado familiares de fazer denúncias “desprovidas de verdade”. Os agepens criticaram ainda os veículos de comunicação que retransmitiram as fake news sem checar a veracidade das informações publicadas nas redes sociais.
“A categoria tem se dedicado incessantemente em proteger a sociedade, pondo sua vida em risco, sofrendo ameaças abertas e outras veladas, e mesmo com o acontecimento que hoje enluta o coração de cada servidor, o grupo não tem recuado no cumprimento dos seus deveres”, diz a mensagem dos agentes penitenciários.
Leia, a seguir, a íntegra da nota emitida nesta quinta-feira.
A classe dos agentes penitenciários, vem através deste esclarecer boatos inverídicos e sem respaldo, concernente a ação tomada no presídio após a execução de um dos seus servidores.
As informações passadas de forma ilegal, sem balizamento da verdade, e utilizando-se do momento de fragilidade ao qual encontra-se a categoria, subtrae a verdade, a fim de causar danos a imagem de uma classe calejada pelos árduos dias de lutas que tem enfrentado para manter a sociedade protegida daqueles que agem ao arrepio da lei e desconhecem o sentido de humanidade em suas atitudes.
Ante a isso a categoria de agentes penitenciários vem esclarecer a situação baseando-a na verdade em sua essência, momento que se abre os relatos reais dos fatos.
Que logo após tomar conhecimento do ocorrido, a categoria foi mobilizada para estar na unidade prisional, a fim de, deliberar sobre como iria agir a categoria e acertar os trâmites de assistência a família da vítima.
Durante a reunião ouviu-se um principio de motim com batedeiras intensas de grades, ato intensificado no momento de noticiação do fato ocorrido com o servidor que fora executado, então tomou-se os procedimentos de praxe, revista geral, objetivando ter o controle da situação, e não permitir o alastramento das consequências.
Os detentos foram todos revistados, e colocados em uma barreira de contenção, momento que se abriu o procedimento de revista, durante a ação, foram encontrados mais de uma centena de ferros de todos os tipos (estoques, fações, punhaes) todos artesanais confeccionado com ferro extraído da estrutura do presidio, valendo a pena ressaltar que estes equipamentos eram suficiente para iniciar uma “guerra” dentro da unidade.
Então foi tomado a decisão de recolher, rádio,televisão e ventiladores, objetos estes classificados como regalias, e que portanto podem ser retirado a qualquer momento que se jugar necessário.
Com esta atitude criou-se um grande descontentamento nos encarcerados, fato que conduziu seus familiares, impulsionados por eles, a fazerem denúncias desprovidas de verdade e sem a sombra do discernimento da veracidade dos fatos, e por imprudência, reproduzido por parte das pessoas que também não se incomodam em retransmitir Fake News.
A categoria tem se dedicado incessantemente em proteger a sociedade, pondo sua vida em risco, sofrendo ameaças abertas e outras veladas, e mesmo com o acontecimento que hoje enluta o coração de cada servidor, o grupo não tem recuado no cumprimento dos seus deveres e continuará a fazer, pois além do dever em cumprir seus juramentos ao serviço público, estar o desejo em ter uma sociedade traquila e vivendo em paz social.