A notícia segundo a qual os caminhoneiros teriam decidido suspender a greve que paralisou as principais estradas do país foi desmentida por um dos líderes do movimento que fechou as principais vias de acesso à Capital do estado. Em conversa por telefone com a reportagem da ContilNet, Júlio Caçambeiro afirmou que a paralisação continua, a despeito da tendência de parte da categoria, em diferentes regiões do Brasil, se inclinarem a ceder à proposta do governo federal.
Na tarde desta quinta-feira (24), após uma reunião que durou mais de seis horas entre representantes de entidades da classe e do governo – ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Eduardo Guardia (Fazenda) e Valter Casimiro (Transportes) – o Palácio do Planalto anunciou uma trégua na manifestação.
Em vídeos que circulam nos grupos do aplicativo WhatsApp, representantes da categoria incentivam a continuidade da paralisação.
No Acre, porém, as rodovias que dão acesso a Porto Velho, Vale do Juruá e Alto Acre continuarão obstruídas enquanto as promessas da equipe do Planalto não forem publicadas no Diário Oficial da União, segundo Júlio Caçambeiro.
Aos manifestantes que desde ontem iniciaram o bloqueio das estradas no estado se juntaram, hoje (24), motoristas do Uber e mototaxistas.
“Essa não é uma luta nossa, da categoria apenas, mas de toda a sociedade que vem sofrendo com os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis”, alegou Caçambeiro.
De acordo com ele, os pontos interditados pelos grevistas são o trevo próximo à Ceasa, a BR-317, na altura da Expoacre, o trevo do Distrito Novo, que leva a Porto Veljo (RO) e a BR-364, na entrada do município de Feijó.
Exército de manifestantes
Júlio Caçambeiro garante que o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Acre (Sintraba) é formado por 400 membros em Rio Branco e outros 500 nos municípios do interior.
Além disso, o manifesto foi reforçado por caminhoneiros vindos de Rondônia. O preço dos combustíveis, em especial, o do óleo diesel é o principal motivador do protesto. O outro motivo vem a ser a quantidade de pedágios obrigatórios sobretudo nos estados do sudeste brasileiro.
Caçambeiro reclama ainda do calote que a categoria recebeu do Deracre (Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura do Acre). Segundo ele, a dívida do órgão chega a R% 7 milhões.
“Não há uma grande construtora no Acre que não tenha sido financeiramente comprometida pela política do atual governador [Tião Viana]”, concluiu ele.