Um estudo da organização ambiental Imazon concluiu que o desmatamento na Amazônia voltou a aumentar e que a destruição está avançando em áreas supostamente protegidas.
A Amazônia perdeu uma área verde do tamanho de mais de 200 mil campos de futebol nos últimos dez meses, aumento de 22% em relação ao período anterior. Os estados mais atingidos pelo desmatamento foram Mato Grosso, Pará e Amazonas.
Segundo o Imazon, a pecuária é responsável pela maioria das derrubadas para transformar floresta em pasto. O instituto conclui ainda que a recuperação do setor após um ano de crise e a chegada da estação mais seca na Amazônia, o que facilita a extração de madeira, estariam entre as principais causas do aumento da destruição da floresta.
Só em maio, a área desmatada na Amazônia foi duas vezes o tamanho de Belo Horizonte. O que mais preocupa os ambientalistas é que 30% das derrubadas ocorreram em unidades de conservação como parques, florestas nacionais e reservas extrativistas. São áreas protegidas por lei que possuem uma grande biodiversidade.
Entre as unidades mais desmatadas está a Floresta Nacional do Jamanxim, no Sudoeste do Pará. De janeiro a maio, o Imazon detectou 57 quilômetros quadrados de desmatamento. É mais que o dobro do total desmatado em 2017 na região, pelos dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Apesar de o Governo Federal usar um sistema de monitoramento diferente do utilizado pelo Imazon, o pesquisador da organização ambiental afirma que a tendência é de que o desmatamento volte a aumentar na floresta do Jamanxim, depois de um ano de queda.
“Chama a atenção porque está muito vinculado a alguns projetos de lei que tentam reduzir ou mesmo eliminar algumas unidades de conservação. O desmatamento vai ser uma forma de garantir a posse daquela terra para tentar legalizar posteriormente”, explicou Antonio Fonseca, pesquisador do Imazon.
O Ministério do Meio Ambiente declarou que aplicou multas e realizou diversas ações no combate ao desmatamento em unidades de conservação federais. Entre elas, a Floresta Nacional do Jamanxim. E que os números oficiais do desmatamento na Amazônia, em 2018, serão divulgados no segundo semestre.