Coluna recomenda aos prefeitos que foram pedir menos rigor ao TCE que demitam metade dos ‘aspones’

Fatos e versões

Sobre o encontro que a maioria dos prefeitos do Acre teve ontem (12), no auditório da Associação dos Municípios do Acre (Amac), com os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), pra pedir menos rigor na fiscalização dos gastos com pessoal, o coordenador executivo da Amac, Marcio Neri, deu um exemplo interessante.

Caso real

Segundo Neri, há casos em que o prefeito é acionado pelo Ministério Público do Estado por faltarem médicos no município. Aí a prefeitura trata de preparar um edital convocando os profissionais, em atendimento ao que determinou o MP. Tais contratações, óbvio, vão onerar a folha de pagamento.

Conflito

E aí é que entram os conselheiros do TCE, notificando o gestor municipal de que o recrutamento vai acarretar despesas que, no conjunto, haverão de ultrapassar o teto imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

No fundo do poço

Que as prefeituras estão falidas, todos sabemos. E isso vem de antes da crise gerada pelos governos do PT.

Trem da alegria

Ocorre, porém, que o Poder Executivo, tanto faz se no âmbito federal, estadual ou municipal, virou cabide de emprego para os aliados políticos.

Números oficiais

O governador Tião Viana tinha, até dia desses, 2.136 pessoas penduradas nas tetas estatais. O prefeito Marcus Alexandre herdou a prefeitura de Raimundo Angelim com 444 cargos de livre nomeação, e não cortou nenhum. Já o gestor de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro (Progressistas), sentou na cadeira e tratou de assinar decreto para criação de novas 600 vagas para a prefeitura.

De cair o queixo

Se compararmos esses números com o que têm à sua disposição os governos centrais das maiores potências econômicas do planeta, ficamos estarrecidos: a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, tem 600 cargos à disposição. E o topetudo Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em torno de mil.

O problema é outro

O problema, então, não está no rigor da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas no trem da alegria que cada prefeito trata de botar pra rodar nos municípios onde vencem as eleições. Basta pôr na rua umas três dúzias de aspones, que sobrará dinheiro pra contratar médicos.

Vale pra Tião também

A propósito, se o governador do PT exonerasse metade dos seus apaniguados políticos, daria pra investir uma montanha de dinheiro na segurança pública. E a coluna até revela quanto seria: algo superior a R$ 4 milhões por mês.

Esqueceram de mim 2

A coluna recebeu a informação que do mesmo modo como abandonaram as camisas vermelhas, os companheiros também têm escondido o ex-secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias (PDT). E olha que ele vem a ser o vice na chapa do petista Marcus Alexandre.

Repeteco

A propósito, esse assunto já havia sido levantado anteriormente pela coluna, quando percebi que dos quatro releases enviados pela assessoria de imprensa do governadorável Marcus Alexandre, em sua primeira passagem pelo Vale do Juruá, nenhum deles citava sequer o nome do Emylson.

Tudo é possível

Em suma, esconderam o vermelho, escondem Tião Viana e fingem não conhecer o pré-candidato a vice-governador pela Frente Popular. A depender do que revelarem as próximas pesquisas de intenção de voto, não será de surpreender se eles passarem a jurar que nunca nem viram Luiz Inácio…

Mais violento que o Rio

Em menos de 24 horas – entre o domingo (10) e a segunda-feira (11) –, seis pessoas foram assassinadas no Acre. O Rio de Janeiro apresentou, nos dois primeiros meses deste ano, uma média 15 de homicídios por dia. Ocorre que no Rio a população, até o ano passado, era estimada em 16,7 milhões de habitantes, enquanto o IBGE calculava viverem por estas bandas 829,6 mil pessoas.

Eu me lembro

Quando as Forças Armadas foram enviadas para a Cidade Maravilhosa, o deputado federal Alan Rick (DEM) tratou de fazer um pronunciamento pedindo que o Acre também fosse contemplado com o reforço na segurança pública.

Coberto de razão

O argumento do deputado eleito pelo Acre era de que as terras de Galvez eram bem mais inóspitas que as do Cristo Redentor. Em termos percentuais, as mortes comprovam a tese do parlamentar do Democratas. Basta fazer os cálculos.

Tragédia

E depois que os bandidos resolveram roubar uma delegacia de polícia, ninguém mais consegue se sentir seguro nem mesmo quando trancado dentro de casa.

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