19 de abril de 2024

Dez perguntas que todo mundo deveria se fazer ao pensar em se separar

A decisão de terminar ou não um relacionamento nunca é fácil. Na maior parte das vezes, só se chega a um veredicto depois de um processo doloroso. Por isso, certos questionamentos são imprescindíveis para avaliar cada fissura e cada coisa boa da relação e, assim, chegar à melhor conclusão. Eis algumas sugestões:

1. Como eu me sinto nesse relacionamento?

Segundo a psicóloga Raquel Fernandes Marques, da Clínica Anime, de São Paulo (SP), essa é uma pergunta crucial que abre espaço para outras, como “Você se sente feliz, com boa autoestima, animada, amada?”, “Seu par te apoia, a faz rir, dá motivação para seus objetivos?” e “É criticada ou posta para baixo na maioria do tempo?”. É importante que você se autoavalie em todos os sentidos dentro do seu relacionamento. Você precisa se sentir bem sobre quem você é dentro da relação.

2. Por que ainda estamos juntos?

É comum que depois de algum tempo de relacionamento certas coisas percam o encanto. “Se isso estiver ocorrendo, tente se lembrar por quê você está com a pessoa. Será que o que admirava, você não admira mais? Ou será que apenas deixou o tempo passar?”, propõe o psicólogo Yuri Busin, diretor do CASME (Centro de Atenção à Saúde Mental Equilíbrio), de São Paulo (SP). Algumas vezes, esperamos algo do outro que ele nem sabe o que é, e isso acaba causando muita frustração nos dois. Conversar sempre será uma boa saída.

3. Nós compartilhamos os mesmo objetivos e sonhos para o futuro?

“O futuro pode parecer distante, mas, se os dois não estão na mesma frequência, há uma boa chance de que estejam desperdiçando tempo”, diz Raquel. Seus objetivos e sonhos sobre casamento, filhos, trabalho e um lugar para viver se alinham? Não cometa o erro de pensar que essas coisas não são importantes ou que conseguirá mudar o par. Tenha uma conversa séria sobre o futuro para descobrir se seus objetivos são semelhantes. Outro ponto importante, destacado por Yuri: se vocês estão em momentos de vida diferentes, é provável que alimentem sonhos e objetivos distintos. Caso não consigam se entender e respeitar as escolhas e vontades um do outro, as brigas e discussões podem se tornar insustentáveis, eliminando o que há de bom na relação.

4. Eu busco um modelo de parceiro ideal na outra pessoa?

Todos temos expectativas que, mal administradas, nos prejudicam. Em muitos momentos não consideramos a outra pessoa como um ser humano, com seus próprios interesses e vontades, mas, sim, como um objeto de desejo. E nos frustramos quando nossas expectativas não são realizadas, fazendo com que recriminemos o outro por determinadas coisas. É importante ter essa consciência para sabermos se é esse o problema que está você a desejar o fim do relacionamento.

5. Estou atravessando um momento estressante?

“Os períodos de muito trabalho e tensão podem fazer com que sejamos menos flexíveis, menos tolerantes e, pior, nos levar a tomar decisões precipitadas e incorretas”, declara Raquel. Quando nos encontramos em uma fase de muita ansiedade, podemos levar qualquer coisa ao limite e inclusive perder a perspectiva de tudo o que acontece ao nosso redor. Nossa visão das situações fica distorcida, então é importante refletir e não ser impulsiva no calor das emoções.

6. Fiz tudo o que estava ao meu alcance?

Antes de apontar os erros alheios, reflita sobre como lida com as situações. Você realmente tenta mudar as coisas ou fica insistindo no mesmo ponto, esperando uma mudança por parte do outro? Tente conversar um pouco com o par e ouça o que ele tem a dizer antes de sair atacando para se defender. E mais: cobrar mudanças apenas da outra pessoa não resolve o problema. É necessário que você também tenha se esforçado para recuperar essa relação.

7. Conseguirei arcar com as despesas?

“Toda separação implica numa queda do padrão de vida, afinal, as despesas de uma casa eram custeadas por duas pessoas e agora será apenas por uma. É preciso colocar tudo na ponta do lápis, ver o que pode cortar e até refletir para saber se o momento é adequado ou se será necessário adiar a decisão de separar até ter um pouco mais de estabilidade financeiramente”, pontua Joselene L. Alvim, psicóloga clínica de Presidente Prudente (SP).

8. O que eu ganho e o que eu perco com a separação?

Para a psicoterapeuta e terapeuta de casais Carmen Cerqueira Cesar, de São Paulo (SP), é fundamental fazer uma lista sobre quais pontos positivos da relação você abriria mão numa separação. É bom elencar também os pontos negativos, o que agrada e desagrada no par e até mesmo das coisas que sentirá falta ou não após o fim. “Muitas pessoas se separam acreditando que isso as fará mais felizes, mas, com passar do tempo, acabam percebendo que o término não solucionou todos os seus problemas, como imaginavam, apenas criou problemas novos”, fala Raquel.

9. Meus filhos estão preparados para a separação dos pais?

A separação deve ser bem planejada para que o casal esteja equilibrado o suficiente para transmitir segurança aos filhos, pois eles terão muitos questionamentos e incertezas. “Um casamento não deve ser mantido apenas pelas crianças ou usando-as como desculpa para não tomar uma decisão, até porque filhos de pais que moram juntos também têm problemas, uma vez que podem vê-los discutindo diariamente. Mas é preciso que a decisão não seja arbitrária, impulsiva, sem considerar o sentimento dos filhos”, afirma Joselene. Nenhum filho quer que os pais separem, mas é possível atravessar esse processo da forma menos dolorosa possível.

10. Será que não estou agindo por impulso porque conheci alguém interessante?

“Pode ser um grande amor, claro, mas e se for só fogo de palha? Você se separa e depois se arrepende, percebe que se iludiu. E aí pode se arrepender, achar que se precipitou. Muitas vezes procuramos emoções novas, desejamos correr riscos, mas é preciso ver o que realmente vale a pena e pensar bem nas consequências. Nesse caso o bom e velho tempo ainda é um bom remédio, pois ajuda a observar e avaliar melhor as situações”, explica Carmen.

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