FMI avisa aos EUA que ‘todo o mundo perde’ com guerra comercial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avisou os Estados Unidos nesta quinta-feira (31) que “todo mundo perde” em uma longa guerra comercial e pediu que o país trabalhe de forma “construtiva” com seus aliados para resolver seus desacordos, em vez de impor tarifas.

O alerta foi uma reação do FMI à decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas às importações de aço e alumínio de União Europeia (UE), Canadá e México. A medida norte-americana foi respondida com represálias similares imediatas.

“Todo o mundo perde em uma guerra comercial prolongada. Encorajamos os países a trabalhar juntos de forma construtiva para reduzir as barreiras comerciais e resolver seus desacordos sobre comércio sem recorrer a medidas excepcionais”, disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, em nota.
“É infeliz que as tensões comerciais estejam crescendo em um momento no qual a recuperação global está se apoiando no comércio”, ressaltou.

Pela primeira vez “em muito tempo”, acrescentou, “o comércio está crescendo mais rápido que o PIB global, e potencializando a recuperação no mundo todo”, o que ajuda “bilhões de pessoas a viver vidas mais longas, saudáveis e prósperas”.

A diretora-executiva do FMI, Christine Lagarde, também comentou de forma indireta à decisão de Trump em uma mensagem publicada no Twitter.

“Mais tarde, se o comércio se alterar maciçamente, se o nível de confiança entre os atores econômicos ficar gravemente danificado, quem mais sofrerá serão os mais pobres”, frisou Lagarde.

Taxas para aço e alumínio

O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, anunciou hoje que UE, Canadá e México estarão sujeitos às tarifas de 25% ao aço e de 10% ao alumínio, anunciadas por Trump em março.

Há um mês, os EUA haviam concedido uma suspensão temporária das tarifas, mas as negociações não convenceram o governo Trump a manter essa isenção.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou hoje que, em resposta, Bruxelas imporá tarifas a produtos americanos como calças jeans, motocicletas Harley Davidson e uísque bourbon.

O governo do México contra-atacou com “medidas equivalentes a diversos produtos”, entre os quais citou “aços planos, lâmpadas, pernas e paletas de porco”.

O Canadá anunciou a imposição de tarifas no valor de US$ 12,8 bilhões às exportações americanas de aço, alumínio e outros produtos como cerveja, uísque, papel higiênico e laquê para cabelo.

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