Em plena crise econômica, governo de Tião Viana agracia ONG com quase R$ 500 mil   

Chupa essa!

A coluna recebeu uma imagem que mostra o ex-prefeito Marcus Alexandre (PT), pré-candidato ao governo do estado pela FPA, chupando uma laranja enquanto conversava com moradores da Transacreana. Nada demais no registro, óbvio. Até porque, com os companheiros no poder, o que não faltam no Acre são laranjas!

Os olhos da cara

A Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) fez o primeiro repasse, de um total de quase meio milhão de reais, para a ONG SOS Amazônia. Por si só, o valor impressiona. Mas a coisa fica ainda mais espantosa se soubermos que o contrato tem por objetivo a realização de um estudo técnico de viabilidade econômica de produtos florestais, tais como óleo de buriti, manteiga de murmuru, cacau nativo e borracha nativa.

Mercadores de ilusão

Há quase vinte anos no poder, os companheiros, já no primeiro mandato, vendiam a ilusão de que os produtos não-madeireiros da floresta haveriam de dar cabo da pobreza em que está submersa a maior parte dos acreanos.

Memória viva

O leitor certamente recorda que o neologismo ‘florestania’ foi criado como o slogan do que se propagava como um novo momento na política do Acre, que consistia, basicamente, na preservação do meio ambiente e na exploração racional das riquezas naturais.

Miragem

Pois bem, duas décadas depois, a tal florestania se mostrou um verdadeiro fiasco, com o estado a continuar dependendo dos repasses constitucionais e um percentual escorchante do ICMS sobre produtos como luz elétrica, telefonia, internet, combustível e gás de cozinha.

Tudo balela

Não tivesse bastado o engodo a que fomos submetidos pela lábia dos defensores das cutias e capivaras, eis que no apagar das luzes de um governo deplorável em todos os setores da administração pública, resolve-se empregar mais de 400 mil reais em um estudo que se inclina a repetir o retumbante fracasso das iniciativas anteriores.

Somatório geral

Some-se a esse fato a ladainha – iniciada ainda quando Tião Viana era senador – de que o Acre exportaria bambu para a China, e temos o retrato da falência do estado graças a iniciativas econômicas mirabolantes, dispendiosas, estapafúrdias e infrutíferas.

Contato telefônico

O colunista procurou a SOS Amazônia para obter detalhes sobre o estudo que vai nos custar mais de quatro centenas de milhares de reais. O secretário da ONG, Miguel Scarcello, explicou que os pesquisadores já estão em campo para cumprir o contrato, e acrescentou que o estudo deverá ficar pronto em seis meses. Scarcello deu a impressão de acreditar na viabilidade comercial dos produtos mencionados.

Curiosidade

No site da SOS Amazônia se pode verificar, por exemplo, que a entidade é uma grande entusiasta do I Fórum de Bicicletas de Rio Branco: Trilhando a Sustentabilidade, a ser realizado entre os dias 24 e 27 de agosto, no Cine Teatro Recreio, na Gameleira.

Teoria vs. prática

O uso da bike, defendem os ecologistas da ONG, é vital para a preservação da natureza. A única contradição nessa história é que a turma da florestania prefere andar mesmo é de carro importado – e com o ar condicionado no máximo.

De estarrecer

Chamou minha atenção, também, outra postagem no site da entidade, de título Dinâmicas Transfronteiriças (que pode ser lida aqui). O texto é ininteligível. Pior que a inépcia do autor, só mesmo a iniciativa de publicar o texto e mantê-lo no ar.

Questão de lógica

Ora, quem se depara com esse tipo de publicação no site da SOS Amazônia tem o direito de questionar se seus membros estão aptos a fazer um estudo de mercado.

Palpite

Resta concluir que seria bem mais proveitoso para os produtores de óleo de buriti, borracha nativa, manteiga de murmuru e cacau nativo se o governo resolvesse, ao invés de abastecer a conta bancária de uma ONG, ratear essa dinheirama entre quem produz.

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