Mãe relata estupro de personagem da filha em jogo online e levanta polêmica

Enquanto lia um livro para a filha de sete anos, a americana Amber Petersen foi surpreendida pelo que viu no iPad da menina, que jogava “Roblox”. Ela interrompeu a leitura para mostrar o que acontecia na tela: a personagem foi abordada por dois avatares masculinos, que estupraram o boneco feminino, deixado no chão depois do incidente.

A história do ocorrido foi publicada por Petersen no Facebook no dia 28 de junho e teve mais de 8 mil compartilhamentos, levantando uma polêmica sobre o uso de jogos com multiplayer online por crianças. O choque de Petersen foi grande principalmente pelo fato dela ter colocado o nível máximo de controle parental sobre a conta da filha, a fim de evitar situações como a ocorrida.

Roblox é um jogo virtual que virou febre entre as crianças/Foto: reprodução

“Roblox” tem milhões de jogadores e se autopromove como a maior plataforma de games com conteúdo gerado pelos usuários, com mais de 15 milhões de jogos criados. O público alvo do jogo é de crianças, o que gera ainda maior preocupação pelo que foi permitido no caso relatado por Petersen.

Ao jornal “El País”, a produtora do game lamentou a situação, que não é autorizada pelas normas do jogo. “Estamos indignados após saber que as políticas de comunidade e as regras de conduta do Roblox foram sabotadas”, disse um porta-voz da empresa, que tem um sistema de monitoramento para que conteúdos como os vistos pela filha de Petersen não surjam.

A companhia afirmou que os responsáveis pelo incidente foram identificados e banidos em definitivo do jogo. Fora isso, a Roblox também detectou como eles conseguiram realizar uma ação que ia contra as regras de conduta e disse trabalhar em medidas de segurança adicionais para reduzir a chance de que isso volte a acontecer.

O caso pode ter acontecido nos Estados Unidos, mas crianças brasileiras podem estar vulneráveis a situações semelhantes por aqui. O UOL Jogos mostrou no ano passado como “Minecraft” é uma plataforma mal utilizada, especialmente por criadores de conteúdo para o YouTube que têm crianças como parte de seu público alvo.

Esses tipos de uso vão contra as regras de jogos desse gênero, que estimulam criatividade e são bem vistos para o desenvolvimento de crianças. No entanto, maus agentes podem reverter o efeito destas plataformas, cujo uso deve ser controlado pelos pais. Estas foram as recomendações de Natália Monteiro, assessora do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e do pediatra Alberto Helito, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.

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