Os altos e baixos dos prefeitos acreanos na dança dos números de dois institutos de pesquisa

Impressões do eleitorado

Na pesquisa de intenção de votos realizada pelo Data Control em sete municípios do Acre, tendo como principal foco a eleição para o governo do estado, o instituto também sondou o eleitor em relação ao desempenho dos prefeitos.

Medalha de prata

O prefeito emedebista Mazinho Serafim, de Sena Madureira, conhecido por ter o pavio curto, aparece em segundo lugar na avaliação positiva dos munícipes, com 57,6% de aprovação – somando-se os que consideram seu governo ‘ótimo’(15,8%) e ‘bom’ (41,8%). Sua rejeição é de apenas 4,8%.

No topo da lista

A medalha de ouro no levantamento do Data Control coube à prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem, do PT. Sua gestão é aprovada por 58,85% dos eleitores, sendo que 24,4% a consideram ‘ótima’ e 34,1% ‘boa’. Carismática, Fernanda é rejeitada por apenas 1,2% dos eleitores que avaliam seu governo como ‘péssimo’.

Nenhum demérito

Sem querer desmerecer a prefeita petista, mas depois do furacão chamado Everaldo Gomes, do MDB, que passou pela prefeitura deixando Brasileia em ruínas, até este colunista seria bem avaliado pela população se porventura – Deus me livre! – estivesse sentado na cadeira de prefeito.

Comparação

A propósito, 50 dias atrás, outro instituto, o Delta, avaliou os prefeitos dos municípios do Acre. Na sondagem, Mazinho Serafim aparece à frente de Fernanda Hassem – aquele em segundo lugar entre os 22 gestores, com 58% de avaliação ótima/boa, contra 38% da petista. Em primeiro lugar aparecia Zezinho Barbary (MDB), de Porto Walter, aprovado por 69,22% dos entrevistados. A lanterna ficou com André Maia (PSD), com 0% de eleitores satisfeitos com sua gestão em Senador Guiomard.

Penúltimo no ranking

Na sondagem de intenção de votos realizada pelo Delta, o atrapalhado prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro (Progressistas) figurava em penúltimo lugar, com 82,35% de rejeição, 12,60% de regular e meros 4,20% de aprovação.

Trivago

E por falar em Ilderlei Cordeiro, o portal da transparência de Cruzeiro do Sul revela que ele, no primeiro semestre deste ano, torrou mais de R$ 25,6 mil em diárias. Seus principais destinos foram, nesse período, a Capital do estado e o Distrito Federal. Curiosamente, Ilderlei, em uma dessas viagens, chegou a permanecer sete dias em Rio Branco resolvendo ‘assuntos de interesse da municipalidade’.

A questão é outra

O problema não está no valor total das diárias pagas ao prefeito cruzeirense, se considerado o prazo, já mencionado, de seis meses. A questão é outra. A empresa Vance Assessoria & Auditoria Contábil Ltda., encarregada da implantação do sistema em que está hospedado o portal da transparência, é paga também para gerir seu conteúdo. E em troca desse serviço, a Vance recebe R$ 24 mil por mês.

Eis o busílis

Quem se der ao trabalho de checar as informações do portal, no tocante às diárias pagas ao prefeito, verá que não há um só documento a detalhar as razões ou benefícios resultantes de suas ausências do município. Isso significa que, ou a empresa está descumprindo com o seu dever de atualizar o site, ou Ilderlei não tem o que relatar das viagens que fez.

Ainda sobre Marina e Bolsonaro

Na edição de ontem desta Pimenta no Reino falei sobre a exagerada reação da ex-senadora e presidenciável Marina Silva (Rede Sustentabilidade) ao gesto de Jair Bolsonaro (PSL), seu concorrente, de pegar uma garotinha no colo e simular, com os dedinhos dela, uma arma de fogo.

Uma entrevista

Extraí alguns trechos de uma entrevista dada por Bolsonaro a uma emissora de TV do Piauí, na qual ele falou sobre o combate à criminalidade, direitos humanos, crescimento da violência e a quase proibição imposta ao cidadão pelo Estatuto do Desarmamento, no que diz respeito ao direito que deveríamos ter de possuir ou carregar uma arma de fogo. Veja aí abaixo os trechos por mim editadoss. Volto em seguida.

Falácia

Voltei. Os defensores da proibição da venda de armas para o cidadão comum – geralmente gente de esquerda, porque faz parte de seu conjunto de estratégias desarmar o povo para que, uma vez tomado o poder, aquele não tenha como reagir à opressão –, costumam dizer que quanto mais armas em circulação, maior é a violência.

Números

Países como Alemanha, Suécia e Áustria têm mais de 30 armas de fogo por cem habitantes – e taxas infinitamente mais baixas de homicídio que o Brasil. Na outra ponta vemos, por exemplo, Honduras, um dos países mais violentos do mundo, com uma média de seis armas a cada cem habitantes.

Armas vs. violência

Autor de Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento, Benê Barbosa mostra que na última década a violência despencou nos Estados Unidos, na proporção inversa da venda de armas de fogo, que só aumentou.

Estatísticas

Entre 2003, ano em que passou a vigorar o Estatuto do Desarmamento, até 2014, os homicídios com arma de fogo no país saltaram de 34.160 para 44.861, segundo o Mapa da Violência 2016. Isso prova que a iniciativa não surtiu efeito algum, muito pelo contrário, já que o cidadão de bem não pode se armar e o estado não consegue desarmar os bandidos.

Questão de lógica

E para os espertinhos que me venham dizer a besteira – como fez certa feita um conhecido num debate no Facebook –, que o brasileiro não está preparado para portar armas, a resposta é simples: então revoguemos o direito de dirigir, já que os acidentes de trânsito no Brasil acarretaram 44.823 mortes também em 2014 – pequena diferença de 38 óbitos a menos. Isso significa que que motoristas matam e morrem no Brasil na proporção dos que são assassinados a tiros.

Efeito reverso

O leitor, assim como este colunista, não precisa ir atrás de estatísticas para ter certeza de que a maioria das mais de 44 mil mortes por arma de fogo em 2014 era composta por gente de bem. E que grande parte dos que puxaram o gatilho era de bandidos.

Entre o real e o imaginário

É por isso que, entre a verborragia por vezes incompreensível da ex-senadora e a crueza do discurso realista de Bolsonaro, eu fico com este último. Aliás, 34,9% dos acreanos concordam com o que ele diz, contra 19,7% dos que preferem os colibris e as jaguatiricas das fábulas repetidas por Marina mundo afora. E quem garante esses números é o instituto Data Control.

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