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“Amor é o que gera as famílias”, diz fotógrafo que passou a morar no Acre para formar uma família

Por PÂMELA FREITAS, DO CONTILNET

O fotógrafo baiano João Pereira veio ao Acre pela primeira vez em 2015, quando foi convidado por uma amiga para trabalhar em um projeto em terras acreanas. Logo depois, estas mesmas terras se tornaram o novo lar do fotógrafo. E o motivo é especial: através do relacionamento com uma acreana, surgiu também outro tipo de amor – o paterno.

A educadora Narjara Saab sempre quis ser mãe, e a primeira oportunidade veio ainda quando ela era solteira. “A adoção era uma vontade antiga e praticamente bateu à minha porta. Luna me foi oferecida ainda no ventre da mãe biológica e eu aceitei. Estava ao lado quando ela veio ao mundo, e cuido dela desde o primeiro dia de sua vida”, contou Saab.

Quem cruzou os caminhos de Narjara e João foi uma amiga em comum, a mesma que trouxe João ao Acre: “Julie conversou comigo dizendo que seria madrinha de uma menina que estava pra nascer, filha de uma grande amiga chamada Narjara. Nessa conversa, ela me explicou um pouco da historia da Narjara e achei muito interessante”.

João ao lado dos filhos/Foto: arquivo pessoal

“Eu me apaixonei pela Luna assim que eu a conheci. A história, o jeitinho dela. Sabe quando você não consegue ficar mais longe de alguém, porque você se sente bem ao lado dessa pessoa? Foi assim com a Luninha, foi uma coisa inexplicável”.

“Eu teria que voltar pra Bahia em dezembro, mas o que eu sentia naquele momento não deixava eu me afastar da Luna e da Narjara, então decidi ficar. Minha mãe se desesperou, chorou horrores e brigou comigo, porque éramos só nós dois lá”, disse João à equipe do ContilNet.

Algum tempo depois, chegou Ravi, o segundo filho do casal. “Foi uma aventura, porque ele veio sem avisar e de forma bem improvável, pois eu estava tomando contraceptivo. Passei pelo medo terrível de perde-lo, já que tinha perdido duas crianças anteriormente, uma por aborto espontâneo e a outra nasceu prematura e não resistiu”, lembra Saab.

João, Ravi e Luna/Foto: arquivo pessoal

Por problemas de saúde a gravidez era de risco mas o casal de manteve forte. “Foi aquela tensão do inicio ao fim. Foi muito complicado, mas nós nunca jogamos a toalha, continuávamos acreditando que tudo daria certo e realmente deu, no dia 19 de fevereiro de 2017, nascia o Ravi. Agora nossa família estava completa, nos enchendo de luz, tínhamos a Lua (Luna) e o Sol (Ravi significa Sol)”, revelou o fotórgrafo.

“O João é um pai participativo e presente. Eu passei dois anos pela experiência de ser mãe solo e percebi que faz diferença essa parceria, essa divisão das responsabilidades cotidianas, e, o quanto as mães que batalham diariamente para criar seus filhos sem apoio de seus pais merecem nossa consideração e respeito”, afirma Saab.

Sobre o tema da adoção, o casal fala que não existe diferença entre filhos biológicos e filhos adotivos: “Jamais diferencie para um pai ou uma mãe os seus filhos. Não chamem de ‘filho biológico’ ou ‘filho adotivo’, somente de filho, pois é isso que eles são. O amor é o que gera as famílias”.

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