Proibição
Mais um site acreano se arrisca a ser multado pela justiça eleitoral por ter divulgado enquete de intenção de voto para deputado federal. A coluna alertou anteriormente para as regras do TSE sobre a questão. Segundo elas, consultas públicas que não atendam a requisitos formais e a rigores científicos estão proibidas.
Sal na conta
O Tribunal Superior Eleitoral avisa ainda que a multa pela divulgação de enquetes varia entre R$ 53,2 mil e R$ 106,4 mil. Já a divulgação de pesquisa fraudulenta, além de pena pecuniária, pode acarretar detenção de seis meses a um ano.
Missão inglória
A entrevista com o candidato do PT ao governo do Acre, Marcus Alexandre, transmitida ao vivo pelo site ac24horas na noite desta quarta-feira (21), revelou o quanto é árdua a sua missão de tentar suceder a Tião Viana.
Privatista
Reconhecer o fracasso de iniciativas como a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) não quer dizer que se está angariando votos. E prometer entregar empresas estatais – como a Fábrica de Camisinhas de Xapuri e a Peixes da Amazônia – à iniciativa privada significa admitir, afinal, que o PSDB fez a coisa certa durante os governos de Fernando Henrique Cardoso.
Tolinho!
O mesmo se pode dizer da resposta de Marcus Alexandre sobre a tal ‘florestania’, que ele encara como mero ‘conceito’ e não como ‘modelo econômico’. Do que se deduz que vivemos, por mais de uma década, sob uma abstração teórica que nos foi vendida como fórmula para o desenvolvimento econômico. Mas quem será o tolo que ainda não sabia disso?
Nova cartilha
Ao invés de ‘florestania’, o pragmático Marcus Alexandre prega agora a expansão do agronegócio. E nisso também ele fica cada vez menos parecido com o PT. Afinal de contas, muitos de nós lembramos que os companheiros trataram de demonizar, nas campanhas passadas, o adversário Tião Bocalom justamente porque ele defendia uma economia baseada na produção agropecuária.
Cores diferentes
Em sua ânsia de fugir ao estigma do petismo, Marcus Alexandre compareceu à entrevista no ac24horas vestindo uma camisa verde-escuro. Há muito tempo, por sinal, ele abdicou do vermelho.
Tudo como dantes
Mas teve um ponto da sabatina em que o candidato do PT foi mais petista do que nunca. Perguntado sobre a profusão dos cargos comissionados, que na administração pública estatal já ultrapassam a casa dos 2 mil, ele foi enfático: “Não vamos aumentar e nem diminuir”, assegurou.
Calculadora companheira
E na tentativa de minimizar a afronta, calculou que 2,1 mil cargos em comissão representam apenas 6% do total de servidores efetivos, estimados em 33 mil no serviço público estadual. Ocorre que apenas metade desse total está na ativa (a outra metade é formada por aposentados). O que nos leva a outro resultado: os beneficiados pela caneta de Tião Viana perfazem 12% do total de servidores do quadro permanente.
Pode isso?
Se o leitor não faz ideia do que significam 2,1 mil ‘janeleiros’ no serviço público, a coluna esclarece com dois exemplos: o governo da maior potência econômica do planeta dispõe de pouco mais de mil cargos de livre nomeação. Já a primeira-ministra da Alemanha, a mais robusta economia da Europa e a quarta maior do mundo, tem em torno de 500.
Dúvida cruel
O leitor, a essa altura, pode estar se perguntando por que então o candidato petista defende a manutenção do emprego de 2,1 mil aliados políticos a um custo anual superior a R$ 112 milhões. O colunista tem uma tese. Vamos a ela.
Vestígios
Na última segunda-feira (20), o site acjornal.com denunciou que a Frente Popular teria concluído, após analisar os resultados de uma pesquisa de intenção de voto encomendada para consumo interno, que seria preciso intensificar as ações de campanha em favor de Marcus Alexandre.
Ordem superior
Para isso, os comissionados do governo e da prefeitura de Rio Branco teriam recebido ordem de se apresentar à coordenação de campanha do candidato petista após às 13 horas. Nesse horário, sustenta a reportagem, eles deverão engrossar os bandeiraços, arrastões e visitas aos eleitores.
Motivacional
Ora, se o candidato do PT pretende contar com esse exército de cabos-eleitorais mantidos com dinheiro público, ele não poderia dizer que, uma vez eleito, haverá de passar a tesoura nos cargos de livre nomeação. É preciso, afinal de contas, manter todos motivados, não é mesmo?
Desagrado
Acontece, porém, que se Marcus Alexandre manteve acesa a esperança dos aliados de retornarem à mamata em uma eventual vitória eleitoral, sua declaração certamente não é agradável ao eleitor – em especial aquele que, por estas bandas, compõe a horda de desempregados que comem, diariamente, o pão que o diabo amassou.