Com renúncia de Ulysses, Gladson dá um xeque no PT e deve ampliar vantagem nas pesquisas

No vera

A renúncia do coronel PM Ulysses Araújo (PSL) à sua pré-candidatura ao governo estadual mostrou que o senador Gladson Cameli (Progressistas) não está apenas brincando de fazer política, como ele mesmo, vez por outra, faz questão de enfatizar.

Questão de detalhe

Fonte da coluna dá como certa a aliança de Ulysses com o senador Cameli. Falta apenas combinar com a executiva nacional da sigla, que conforme revelou este site, em matéria publicada na noite de ontem (1º), baixou uma resolução proibindo que os dirigentes nos estados se coliguem com outros dez partidos, entre os quais o PSDB do Major Rocha.

Precedente

Mas como foi aberta uma exceção no Mato Grosso, onde o PSL vai apoiar o governador tucano Pedro Taques em sua tentativa de reeleição ao governo, há grandes chances de que o precedente passe a valer também para o Acre.

Menos mal

Até porque o pré-candidato ao governo daqui é do Progressistas, sendo que o PSDB figura de vice na chapa. É bem provável que a coligação com PSL já esteja em andamento nos gabinetes de Brasília.

Fermento

Mesmo com o diretório regional do PSL tendo tratado de desmentir o burburinho, ele foi anabolizado por comentários em off de pessoas que compõem a coligação de Gladson Cameli.

Suplência

Sabe-se, inclusive, que Ulysses Araújo pode vir a ser guindado a suplente do pré-candidato ao Senado pelo MDB, o ex-deputado federal Marcio Bittar.

Cisma

A preocupação dos dirigentes partidários da oposição, segundo afirmou um deles à ContilNet, é com a tendência do ex-prefeito de Acrelândia Tião Bocalom, postulante à Câmara Federal, em relação à aliança.

Fora da área de serviço

Bocalom estava ontem incomunicável depois que o burburinho sobre a desistência do coronel havia pipocado na redes sociais e nos veículos de imprensa da Capital e do interior do estado.

Limite

E já havia quem afirmasse que ele, caso aderisse à aliança, apenas serviria de escada na chapa à Câmara Federal montada no âmbito da coligação de Cameli. Aí já é desrespeitar demais o ex-prefeito de Acrelândia, não é mesmo?

Memória eleitoral

Na opinião do colunista, as chances de Bocalom em um chapão para deputado federal são as mesmas que ele haveria de enfrentar na chapinha PSL-Patriotas-PSC. Afinal de contas, ele conta com a chamada memória eleitoral por ter disputado o governo do estado e a prefeitura da Capital em várias eleições.

Três razões para lastimar

A notícia sobre o coronel Ulysses não agradou à turma do PT. Pelas seguintes questões: o coronel atrairia sobretudo a parcela do eleitorado que 1) não quer mais o PT no governo, 2) não simpatiza muito com Gladson, mesmo não querendo mais o PT no governo e 3) seria levado a votar em Ulysses graças ao presidenciável Jair Bolsonaro.

Questão de lógica

Ora, em todos esses casos os eleitores se inclinarão a votar contra o pré-candidato petista Marcus Alexandre, já que o critério da rejeição a Cameli passa a ter um peso menor se comparado à rejeição aos companheiros.

Revés a mais

Outra adversidade para os petistas é que, uma vez extinta a candidatura de Ulysses como representante de Bolsonaro no Acre, o discurso de esquerda vs. direita perderá força nos palanques governistas.

Trocando em miúdos

Em outras palavras, a retórica em favor dos negros, dos gays e das mulheres, por exemplo, perde força no novo cenário eleitoral, já que não faz sentido se usada contra o senador Cameli.

Xeque

Bem, assim sendo, Gladson encurralou os adversários no tabuleiro eleitoral, mostrando seus dotes de enxadrista. E de quebra vai ampliar sua base de apoio e o tempo reservado pelo TRE nos programas de rádio e TV.

A desgraça nunca está só

Essa má notícia seguiu-se àquela outra, dada pelo instituto de Pesquisas Data Control, cuja mais recente sondagem de intenção de votos mostrou o petista Marcus Alexandre quase 15 pontos percentuais atrás do senador do Progressistas. É como bem diz o velho ditado, segundo o qual a desgraça nunca anda desacompanhada.

PUBLICIDADE