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Funai registra com drone grupo de índios isolados na Amazônia

Por COMÉRCIO DO JAHU

A Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgou ontem imagens feitas por um drone que confirmam a existência de uma etnia indígena isolada no meio da selva amazônica na região do Vale do Javari, na fronteira entre Brasil e Peru.

As imagens foram feitas no ano passado em um dos 12 voos feitos por uma equipe da Funai que se aproximou das malocas dos índios, após outros indígenas da região terem levado ao órgão suspeitas de ameaças de caçadores.

“O uso do drone trouxe segurança para os indígenas e para a equipe da Funai. A ideia é compartilhar essas cenas com os brasileiros para confirmar a existência desses índios e a importância de protegê-los. Precisamos fortalecer o nosso trabalho na região”, disse o indigenista.

Maloca (habitação comunitária) de índios isolados registrada pela Funai DIVULGAÇÃO/FUNAI

O órgão indigenista preferiu o drone para manter a distância e o risco de transmissão de doenças aos índios. Segundo a Funai, os índios estão numa região de difícil acesso, distante até 180 quilômetros de barco e mais 120 quilômetros a pé na mata fechada de uma base do órgão na Amazônia.

A Funai disse não ter meios de confirmar o número de índios, mas as imagens de drone revelaram pelo menos 16 em três malocas, segundo o órgão. Pouco se sabe a respeito desse grupo, mas os indigenistas acreditam que falem a língua pano.

A última expedição na região foi feita pela frente de proteção etnoambiental da Funai em Eirunepé (AM) de 16 de julho a 1º de agosto. Os índios foram localizados próximos ao Rio Juruazinho, que fica no limite das terras indígenas Vale do Javari e Mawetek. A do Javari abriga seis etnias contatadas, duas de recente contato e é palco de outros 16 registros de possíveis índios isolados, sendo onze confirmados, de acordo com a Funai.

Sobre as supostas ameaças aos índios isolados, a equipe da Funai encontrou vestígios de “presença assídua de caçadores em diversos igarapés afluentes do Rio Juruazinho”.

“Duas equipes de caça que se encontravam próximas aos limites da terra indígena Vale do Javari foram flagradas com ilícitos ambientais, sendo realizada a apreensão e soltura de animais vivos”, afirmou a Funai.

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