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Geoglifos descobertos no Acre mostram que estado era habitado há mais de 2 mil anos

Por TON LINDOSO, DO CONTILNET

Pedro Devani/Secom/Governo do Acre/Divulgação

A descoberta de dois novos geoglifos no Acre reforçam a ideia de que a “Amazônia era habitada por uma numerosa população há 2,5 mil anos, bem antes da chegada dos colonizadores europeus no Brasil”.

A informação foi publicada pela Revista Encontro, pertencente ao poderoso grupo Diários Associados especializada em assuntos da área. Nos últimos anos, arqueólogos brasileiros descobriram um total de 523 geoglifos no Acre – que, curiosamente, faz fronteira com o Peru, onde se localizam as famosas figuras de Nazca, que também são geoglifos.

“A Amazônia vinha sendo estudada como se tivesse um passado inóspito, como uma região pouco povoada. Essas estruturas arqueológicas que estamos analisando demonstram o contrário”, comenta a arqueóloga Ivandra Rampanelli, da Universidade Federal do Acre, em entrevista para a agência espanhola de notícias EFE. Ela é responsável pela recente descoberta de geoglifos.

Pedro Devani/Secom/Governo do Acre/Divulgação

Para a pesquisadora, os achados indicam que “pode ter sido uma população densa, organizada e hierarquizada e isto reescreve a história da Amazônia, pois está mudando o que antes era visto como um território vazio”.

Segundo Ivandra Rampanelli, os novos “desenhos na terra” foram descobertos numa área de planície e estariam associados a rituais realizados pelos povos indígenas que habitavam a região antes da chegada dos europeus. Como mostra a agência EFE, as duas estruturas estão localizadas numa região de mata da reserva Chico Mendes. Uma delas é composta por um círculo com 90 m de diâmetro e cerca de quatro de raio.

Por estarem “escondidos” no meio da vegetação, esses geoglifos acabaram ficando mais bem preservados “do que os que foram achados em áreas de fazendas, que, hoje, viraram pasto para o gado”.

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