“Medo de morrer foi maior”, diz ex-fumante auxiliado pelo programa estadual antitabagismo

Apesar das campanhas a nível nacional, o número de fumantes no Brasil ainda é de 20 milhões. O número é de uma pesquisa do Ministério da Saúde, que também mostrou um alarmante dado: em Rio Branco. o percentual de fumantes saltou de 5% em 2015 para 7% em 2017. Além destes, também existem os fumantes passivos. De acordo com a mesma pesquisa, o percentual de fumantes passivos por domicílio, em Rio Branco, é de 5,5%.

Para saber mais sobre o auxílio prestado pela rede pública de saúde para quem deseja parar de fumar, a equipe da ContilNet entrou em contato com Silene Nunes da Silva, técnica da Divisão de de Doenças Crônicas da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre). A funcionária pública também é a responsável pelo Programa Estadual de Controle do Tabagismo desde 2005.

DEPENDÊNCIA QUÍMICA

“Equivocadamente, muitas pessoas acreditam que o tabagista é um ‘viciado’, ‘sem força de vontade’, ‘que não deixa de fumar porque não quer’. Não é isso. Na verdade, quem fuma sofre de dependência química, ou seja, é alguém que, ao tentar deixar de fumar, se defronta com grandes desconfortos físicos e psicológicos que trazem sofrimento, e que pode impor a necessidade de várias tentativas até que finalmente consiga abandonar o tabaco. Entender o que acontece com o tabagista e suas tentativas de parar de fumar é fundamental para que se possa ter a real dimensão do problema. Portanto, se você quer parar de fumar, comece escolhendo uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. Este dia não precisa ser um dia de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e procure programar outra coisa que goste de fazer para se distrair e relaxar.”

HÁBITO QUE SE TORNA VÍCIO

“Fumar é um comportamento extremamente reforçado diariamente. A abordagem tendo por base o modelo cognitivo comportamental é a técnica recomendada para o tratamento do tabagista, tendo como premissa básica o entendimento de que o ato de fumar é um comportamento aprendido, desencadeado e mantido por determinadas situações e emoções, que leva a dependência devido às propriedades psicoativas da nicotina. O tratamento objetiva, portanto, a aprendizagem de um novo comportamento, através da promoção de mudanças nas crenças e desconstrução de vinculações comportamentais ao ato de fumar, combinando intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais.”

PROCURE TRATAMENTO

“Se não consegue parar de fumar por conta própria, procure um tratamento especializado. Em cada município, está implantado nas Unidades Básicas de Saúde está implantado o programa de tratamento de tabagismo. O atendimento é gratuito. O Ministério da Saúde oferece a medicação gratuita por paciente, pois o município tem que fazer a sua estimativa de atendimento para que o Ministério garanta as medicações. O uso de medicamentos tem um papel bem definido no processo de cessação do tabagismo, que é o de minimizar os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, facilitando a abordagem intensiva do tabagista. Medicamentos não devem ser utilizados isoladamente, e sim em associação com uma boa abordagem. Dessa forma, o tabagista sente menos ânsia ao parar de fumar, e se sente mais confiante para por em prática as orientações recebidas durante as sessões da abordagem intensiva.”

“O MEDO DE MORRER FOI MAIOR”

Entre os cidadãos do Acre auxiliados pelo programa, está José Ribamar Lima. Natural de Sena Madureira, José, atualmente com 52 anos, procurou há quatro meses o auxílio do programa gratuito, e relatou que a experiência veio após rever alguns eventos em sua vida e se alinhar com a vontade de viver.

“Já existe histórico de câncer de pulmão na minha família. Minha mãe faleceu em decorrência dessa doença e eu não quero que isso aconteça. Tenho filhos, uma família… Não quero que algo aconteça comigo sabendo que pode ser prevenido. O medo de morrer foi maior, escolhi fazer esse esforço para poder viver mais e ser feliz com as pessoas que fazem parte da minha vida”, relatou José.

QUANDO VOCÊ PARA DE FUMAR

• Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.
• Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue.
• Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.
• Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.
• Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida.
• Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.
• Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.
• Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
• Quanto mais cedo você parar de fumar, menor o risco de adoecer.

PUBLICIDADE
logo-contil-1.png

Anuncie (Publicidade)

© 2023 ContilNet Notícias – Todos os direitos reservados. Desenvolvido e hospedado por TupaHost

“Medo de morrer foi maior”, diz ex-fumante auxiliado pelo programa estadual antitabagismo