Projeto quer incentivar o cultivo do bambu no sul da Amazônia

Na região da Amazônia que compreende o sul do Amazonas, Acre e a fronteira com o Peru e a Bolívia está a maior concentração de bambu do mundo. São cerca de 16 milhões de hectares, com a presença de várias espécies lenhosos, compondo os chamados tabocais amazônicos.

“A ocorrência do bambu ela é naturalmente em áreas tropicais. A nossa região tem um clima, um solo, muito favorável a espécie de bambu”, explica Daniel Nascimento de Lima, engenheiro florestal.

O produtor rural Francisco Bitencourt da Silva vive em um assentamento agrário em Porto Acre, há mais de 10 anos. Quando chegou na região considerava o bambu uma praga. Agora, ele descobriu que na área de 25 hectares, onde cria um pouco de gado, porco e peixe também pode faturar um dinheiro a mais com a exploração do bambu. Dependendo do diâmetro, cada peça pode ser comercializada entre três e sete reais o metro. “Passou de ser praga, pra ser uma coisa que tem dado o sustento da gente mesmo, temos tirado algumas encomendas”, conta.

O bambu gigante, da espécie guadua angustifolia tem um diâmetro entre 18 e 20 centímetros e pode chegar até 36 metros de altura. Dixon Gomes Afonso, coordenador do Centro Vocacional Tecnológico do Bambu no Acre, afirma que já foram catalogados mais de 2.500 usos para o bambu. “O bambu pode ser usado em larga escala, em vários nichos de mercado: construção civil, indústria têxtil, alimentícia, mobiliário…”, diz.

Os pesquisadores iniciaram nas comunidades o trabalho de criação de viveiros de bambu. “Nós estamos aproveitando essas mudas que já estão nascendo na mata, do bambu que é interessante comercialmente pra eles. Estamos retirando daqui para levar para o viveiro, cuidar delas e depois fazer o plantio”, explica Rosangela Melo, bióloga.

Outra vantagem do bambu é a rápida regeneração. É considerada uma planta que cresce muito rápido. Ainda jovem, com três meses pode alcançar aproximadamente 15 metros. A vantagem é grande em relação a madeira, que pode ajudar também a reduzir a devastação da floresta.

“A partir do momento do plantio, deixa um prazo de sete anos para desenvolver a touceira. A cada ano ele tende a lançar brotos de maior diâmetro. A partir desse sétimo ano, a colheita é anual. A cada ano, você retira e ele naturalmente como sistema de defesa vai ocorrer a brotação, sem a necessidade de replantio”, explica Daniel Nascimento de Lima, engenheiro florestal.

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Projeto quer incentivar o cultivo do bambu no sul da Amazônia