Balaio vermelho
O crescimento da candidatura de Ney Amorim (PT) ao Senado Federal – conforme revelou a última pesquisa de intenção de votos feita pelo instituto Delta –, acendeu a luz vermelha na Casa Rosada. Se antes o governador Tião Viana e sua vice, Nazaré Araújo, se ausentavam do estado na intenção de prejudicar a agenda política do então pré-candidato ao Senado, dessa vez a estratégia mudou.
Calculadora política
Em diferentes reuniões realizadas nos últimos dias, os petistas de alto coturno trataram de analisar o cenário eleitoral. E chegaram a duas conclusões: o candidato a vice-governador na chapa de Marcus Alexandre mais subtrai votos do que pode acrescentar, e Ney Amorim virou uma pedra no sapato do senador Jorge Viana, que disputa a reeleição.
Todo mundo em pânico
Após a declaração de apoio à candidatura de Amorim, feita pelo prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB), os irmãos Viana e seus sequazes entraram em pânico.
Reforço
O apoio a ser dado pelo prefeito emedebista na região do Iaco tende a elevar ainda mais o percentual de votos de Ney Amorim, que já de longa data fora acolhido, também, por parlamentares estaduais da oposição. O tempo fechou para os Viana.
Ruptura
O receio de um vexame nas urnas por parte de Jorge, somado à convicção de que Marcus Alexandre estaria empacado nas pesquisas graças ao seu candidato a vice, levou à tentativa de se persuadir o presidente da Assembleia Legislativa a aceitar a proposta de substituir Emylson na chapa ao governo da FPA. Mas o deputado não se deixou dobrar.
Devaneios
A equação seria perfeita, devanearam os companheiros a serviço da Casa Rosada. Com Ney Amorim a reboque do ex-prefeito de Rio Branco, não apenas se ampliariam as chances de vitória no enfrentamento com o adversário Gladson Cameli (Progressistas), como o senador Jorge Viana haveria de respirar aliviado, já que livre afinal da ameaça que mora ao lado.
Noves fora zero
Há ainda outra conclusão a ser tirada desse episódio: os petistas pregam a renovação de suas lideranças com o mesmo entusiasmo que os irmãos Viana tentam manter sua hegemonia política.
Recado dado
Sendo assim, haveremos de também deduzir que o fiasco da manobra armada por Tião Viana contra Ney se constituiu, no final das contas, em um recado cristalino: após o dia 7 de outubro, muita coisa poderá ter mudado na política do Acre – o que inclui uma possível derrocada dos que se acostumaram a dar ordens dentro do PT.