Uma história de amor, fé e esperança levou o filósofo catarinense Fabio Vailatti a deixar, há sete anos, a cidade gaúcha de Santa Maria (RS), junto com a agrônoma Simone e o primeiro filho do casal, para se tornar produtor de cupuaçu, açaí, castanhas, pupunha, café e rambutan (fruta que lembra a lichia) no meio da mata amazônica, no distrito rural de Nova Califórnia, em Porto Velho, Rondônia.
Esperança de pessoas como Gilberto Berger, cuja família saiu de Colatina (ES), numa viagem em pau de arara que durou 40 dias. Da paranaense Oliva Biavatti, que chegou com pais e irmãos em um caminhão de mudança, acomodada com mais 21 pessoas em um colchão na carroceria, em 1984. De Semildo Kaefer, que saiu do Rio Grande do Sul com toda a família para explorar madeira na Amazônia, como fazia em sua terra. De Pedro Pereira, também do Paraná, que fincou raízes em 1986, após passar por Goiás e Mato Grosso. Ou ainda Daniel Berckembrock, que chegou a Nova Califórnia com mais sete irmãos fugindo da plantação de fumo da roça dos pais em Apiúna (SC).