O jovem J.E.N, de 16 anos, que afirma ter sido agredido pela Policia Militar até vomitar sangue no dia 20 de setembro, no município de Brasiléia, revelou com exclusividade à equipe do ContiNet, detalhes de como tudo aconteceu. Segundo o garoto, ele foi agredido por um policial identificado como Vilian, além de frisar que o Hospital Wildy Viana, recém-inaugurado no município, não dispõe de condições mínimas de atendimento aos pacientes que necessitam de internação.
O menor conta que na noite da agressão, estava indo visitar sua avó que está doente quando foi abordado pelos militares. “Eles me algemaram, colocaram um saco na minha cabeça dentro do carro e começaram a me espancar”, disse.
Ainda segundo o adolescente, ele não tem ligação com o crime organizado, porém os militares buscavam a todo instante informações de quem comandava o bairro aonde ele reside. “Eles queriam informações, e perguntavam se eu sabia quem mandava no bairro, onde estavam as armas. Eu disse que não sabia, me algemaram com as mãos para trás, no chão e começaram a chutar a minha cabeça’, destacou.
Ele diz ainda que durante a suposta abordagem, antes da agressão, o menor conseguiu identificar um dos agressores. “Quem estava no comando do Batalhão, era o Julian, o outro não conheço”, informou.
Hospital sem condições de atendimento
De acordo com o rapaz, devido a falta de recursos no Hospital Wildy Viana, ele teve que ser transferido para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Conforme explicou a equipe médica, o jovem teve uma costela quebrada, e possivelmente terá que ser feito uma drenagem no fígado.
“Talvez seja preciso uma drenagem, pois existe uma grande quantidade de sangue coalhado no fígado. Porém, se não houver a necessidade desse procedimento, ele terá alta em breve”, ressaltou o responsável pelo leito do menor, que não quis se identificar por ordens da administração do hospital.
PM vai apurar caso
O comandante-geral da Policia Militar no Acre, coronel Marcos Kimpara, disse que irá apurar os fatos ocorridos em Brasileia. “A Policia Militar não permite isso, estamos à serviço para salvar vidas. Vamos abrir uma instauração de inquérito para apurar à conduta dos PMs envolvidos nesse caso”, disse Kimpara.