A obesidade é caracterizada pelo excesso de peso, geralmente, causado pelo sedentarismo e consumo exagerado de alimentos ricos em gordura e em açúcar, o que gera diversos malefícios na vida da pessoa, como o desenvolvimento de doenças.
Em Rio Branco, de acordo com dados divulgados pelo Sistema de Vigilância de fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 20,5% da população está obesa.
A pesquisa é realizada anualmente e traz os dados do ano de 2017 até o início de 2018.
De acordo com a Gerente da Divisão de Doenças Crônicas do município, Domisy de Araújo, os números deixam alerta para o aumento de doenças como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, dentre outras.
“As ações de enfrentamento são realizadas através da Secretaria de Estado de Saúde, Departamento de Atenção Primária, Políticas, e Programas Estratégicos e Divisão de Doenças Crônicas no sentido de prestar apoio institucional às Secretarias de Saúde dos Municípios, com ações de visitas técnicas com o objetivo de propor e apoiar estratégias de enfrentamento das equipes da atenção primária sobre a Epidemia que se tornou a obesidade”, explicou.
Como previsto no resultado, há prevalência de adultos (≥ 18 anos) com excesso de peso de 55%, ou seja, com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 25 kg/m², o que aponta grau de sobrepeso, no índice estabelecido por profissionais da saúde.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), obesidade é segunda principal causa de morte no mundo.
“Eu comia minha tristeza. É um sofrimento”
A estudante de Psicologia, Marina Baumgratz, 29 anos, tem um história comovente com a obesidade, mas, ao mesmo tempo, de superação. Quando ainda tinha 15 anos, após o diagnóstico de hipotireoidismo, começou a ganhar peso de uma forma assustadora. Os problemas familiares e a dificuldade em lidar com o sofrimento vivido naquele momento, potencializaram o acumulo severo de peso.
“Eu comia minha tristeza. Comia porque era a única forma de sentir um pouco de prazer em meio ao turbilhão de problemas que minha família enfrentava”, disse a universitária sobre os fatores psicológicos inerentes ao processo de adoecimento.
Aos 23 anos, quando Marina descobriu um tumor no ovário, de aproximadamente 22 centímetros, chegou no auge da obesidade, pesando 120 kg.
“Pensei que fosse morrer. Fui operada pelo SUS do Acre e retiraram o tumor, mas eu continuava obesa”, destacou.
Diante da situação, Baumgratz foi encaminhada e autorizada pelo médico para a cirurgia de redução de estômago. “Fui encaminhada então para fazer redução de estômago. Passei dois anos indo diariamente para a fundação, participando assiduamente do grupo de preparação para a cirurgia. Em 07 de novembro de 2013, fui operada”, contou.
Ainda assim, o processo não foi fácil. Marina teve uma recuperação tranquila, mas um processo de emagrecimento muitíssimo lento: “Só consegui alcançar a meta em 2015, quando fiz a cirurgia de abdominoplastia. Tive uma complicação na recuperação, uma necrose de umbigo, mas me recuperei”.
Após os dois procedimentos cirúrgicos, a acadêmica perdeu um pouco mais de 50 kg, que fizeram muita diferença no seu dia-a-dia. Ao pensar sobre os cuidados permanentes que deve ter, acredita que um tratamento adequando é indispensável nesses casos.
“É difícil, doloroso, pensar que posso voltar a ser obesa se não for cuidadosa. Obesidade é uma doença sem cura, mas que tem tratamento e pode ser controlada”, finalizou.
Santos vive hoje a fase do reganho de peso dos 5 anos de cirurgia, mas permanece no que é esperado, sendo auxiliada e reconhecendo as limitações.