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PS do Huerb com superlotação e pacientes mutilados por falta de especialista, denuncia sindicato

Por ASCOM

Os últimos dois finais de de semana foram de caos, em varias unidades, dentre elas, o Pronto Socorro do Hospital de Urgência e Emergências de Rio Branco (Huerb), na capital acreana. A superlotação e a falta de condições para atender a todos os pacientes, levou os servidores a decidirem quem viveria e quem morreria. A denúncia foi feita por Adailton Cruz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac).

Adailton destacou que a falta de cirurgião vascular, cujo plantão de sobreaviso foi cortado por ordem do governo do Estado, levou a morte de uma pessoa e fez com que outro paciente perdesse uma das pernas por falta de quem conduzisse a cirurgia.

A sobrecarga para o setor foi tamanha que houve até ressuscitação de paciente no chão da emergência, pois não havia maca sequer para acomodar os doentes. O fato de reanimar um paciente no chão do hospital provocou desespero nos demais internados.

Sindicato denuncia caos na saúde pública/Foto: Ascom

A escolha de Sofia: quem vai morrer?

“O PS está um caos. O local é a porta de entrada de pacientes de todo o Estado. Os servidores estão no limite das forças e do estresse, pois não conseguem atender a demanda e sem espaço e precisam escolher que vão atender, quem vai viver ou quem vai morrer”, desabafou Adailton.

O sindicalista denunciou que no setor de emergência clínica há falta de macas, medicamentos, local para realizar o monitoramento dos pacientes e sequer existe como ministrar oxigênio, pois não existem mais pontos de distribuição.

“Tivemos paciente sendo reanimado e recebendo massagem cardiovascular no chão por falta de maca na emergência clínica. Os Trabalhadores estão totalmente esgotados, pois o local tem condições de atender a 10 pacientes simultaneamente, mas estão atendendo até 250% acima dessa capacidade”.

Governo continua o desmonte da Saúde

Adailton ressaltou que o governo segue no desmonte da estrutura de saúde, demitindo servidores do Pró-Saúde e terceirizados, sem repor as perdas e encolhendo a estrutura de atendimento.

“Agora a Secretaria de Saúde do Estado do Acre [Sesacre] quer aumentar o número dos plantões e cortou o sobreaviso dos plantões dos cirurgiões vasculares, expondo totalmente os pacientes. Nesse final de semana um paciente esfaqueado morreu por falta de cirurgião vascular para atender”, denunciou.

Enquanto pacientes morrem, governo faz politica

Falta de leitos e outras mazelas foram denunciadas pelo Sinstesac/Foto: ascom

“Enquanto as pessoas morrem, o governo do Estado faz inauguração meia boca de hospitais inconclusos e só por propaganda política, mas realidade da rede em todo o Estado é o caos”, ressaltou Adailton.
Segundo o sindicalista, em Cruzeiro do Sul falta de tudo, desde sutura a medicamento para a febre e o hospital de Brasileia não condições de atender, pois não possui equipamento, profissionais e estrutura física necessária: “Obra politiqueira”.

De acordo com Adailton, o paciente da foto, com a coxa cortada, perdeu a perna por falta de cirurgião vascular e a superlotação na emergência cirúrgica “B” deixou tudo um caos por não haver espaço para mais nada.

Denuncia aos órgãos fiscalizadores

“Nesta semana estaremos encaminhando uma denúncia para o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Assembleia Legislativa do Estado Acre (Aleac), Conselhos de Enfermagem e de Medicina para que se tomem as providências urgentes e necessárias para salvarmos vidas”, informou Adailton.

Segundo o presidente do Sintesac, depois de tentarem aumentar a jornada de trabalho dos servidores de 10 para 11 plantões mensais, o governo, agora suspendeu o pagamentos dos cirurgiões vasculares, e a população está à mercê da sorte. “Isso tem de ser denunciado, investigado e os responsáveis punidos”, complementou.

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