17 de abril de 2024

Artistas encarnam seres místicos em fotos pela preservação da Amazônia

Mais de 8 bilhões de toneladas métricas de plásticos e resíduos sintéticos foram produzidos nos últimos 50 anos no Planeta Terra. Grande parte despejada dentro de igarapés, rios e mares.

Esse é o alerta feito pela mobilização “Rios Limpos para Mares Limpos”, lançada no início de outubro, em Manaus, pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) com objetivo de sensibilizar a população a mudar hábitos de jogar lixo dentro de cursos d’água. A ação faz parte de uma articulação com a ONU Meio Ambiente.

Por meio de um ensaio fotográfico dramático, e sob a lente sensível de quatro fotógrafos renomados – Bruno Kelly, Rodrigo Tomzhinsky, Maiara Gonçalves e Matheus Belém – um time de quatro modelos ativistas, também de peso, encarnou seres místicos e encantados da Amazônia profunda para conscientizar contra a poluição dos igarapés, rios e mares.

/Foto: Reprodução

A Miss Brasil 2018, a amazonense Mayra Dias, foi a Ninfa do Rio Negro, o ator e ambientalista Victor Fasano, conselheiro da FAS, representou a Cobra Honorato, a performer e drag amazônica Uýra Sodoma a energia do caos e a professora, artesão e líder ribeirinha Izolena Garrido a Mãe D’Água.

Pelos próximos três finais de semana de outubro, um novo ensaio fotográfico será lançado e os personagens místicos assumem o protagonismo da campanha contra a poluição dos rios.

“A poluição dos igarapés, rios e mares inviabilizaria a vida de todas as cadeias alimentares. É preciso, por meio de mobilizações chamar atenção para que possamos reduzir a zero o lixo que vai do rio ao mar, e para que a sociedade tome atitude não apenas nos resíduos gerados, mas contribua evitando o consumo de plásticos e canudos, uma ameaça a nossa própria espécie”, explica o ator Victor Fasano.

Ele, a líder da agenda de educação ambiental da FAS, Maiara Gonçalves e Emerson Pontes, biólogo que atua como arte-educador na ONG e dá vida à drag amazônica Uýra Sodoma, uma das modelos da campanha, pensaram juntos em todo o projeto desde o início.

/Foto: Reprodução

“O objetivo é trazer aos olhos da sociedade um problema sério e que tem ficado invisível: a poluição e morte das águas que rodeiam a nossa vida. Como a gente pensou isso? Trazer um retrato desse rio poluído, e um retrato dessa força real e sobrenatural que existe relacionada aos rios. Por isso convocamos esses quatro seres encantados da Amazônia como representação dessa força e da vida real se sobrenatural presente nos rios da Amazônia”, explicou.

As fotos, produzidas em momentos diferentes entre os meses de junho a setembro deste ano, e em cenários de locais onde há poluição das águas, como igarapés urbanos de Manaus e em praias de comunidades ribeirinhas, serão colocadas em espaços públicos da capital amazonense de chegada e saída de rios, como portos e marinas fluviais.

“São pontos de chegada e saída dos rios, lugares de ampla circulação e de trânsito de pessoas como a Marina do David, o porto da Manaus Moderna e o porto da Ceasa”, ressaltou Emerson Pontes/Uýra Sodoma.

Seres encantados

O ator e ambientalista Victor Fasano, conselheiro da FAS e embaixador do projeto Pró-Espécies na fundação, representou a personagem Cobra Honorato. Fotografado por Rodrigo Tomzhinsky em uma ilha dentro da comunidade Tiririca, no município de Novo Airão, o ator deu vida ao senhor da proteção e bondade que habita o fundo do rio e que luta por uma natureza mais justa e sadia. Ele alerta: “o teu lixo mata a água e a ti mesmo”. O ensaio foi ao ar no último domingo (30).

A líder comunitária, educadora e artesã Izolena Garrido, foi fotografada pela bióloga Maiara Gonçalves, às margens do Rio Negro, nas proximidades da comunidade Tumbira, onde nasceu e vive. Izolena incorporou a Mãe D’Água, que é a mãe de tudo que vive nas águas. Senhora da paz e da saúde, é protetora mas também castiga.

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