24 de abril de 2024

Associação Nacional de História solicita direito de resposta sobre denúncia envolvendo alunos da Ufac

O professor Sérgio Roberto, presidente da Associação Nacional de História – Seção Acre, solicitou direito de resposta ao portal ContilNet por uma matéria veiculada na tarde da quinta-feira (11), sobre denúncia de suposta apologia ao crime, uso de drogas e agressões às pessoas contrárias aos ideais do Partido dos Trabalhadores, sofridos pelos alunos de História da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Confira a nota na íntegra

O curso de História da Ufac: pluralidades e resistências ao autoritarismo

Sobre matéria publicada na ContilNet no dia 11 de outubro de 2018, intitulada: “Alunos da UFAC denunciam apologia ao crime, uso de drogas e agressões aos contrários aos ideais do PT”, a Associação Nacional de História – ANPUH/seção Acre, ressalta os seguintes aspectos:

1. O curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Acre é um espaço de pluralidades, onde diversas concepções/preceitos perpassam as múltiplas relações profissionais, coletivas e individuais que nele existem.

2. Dessa forma, não é um espaço onde se busque homogeneizações, ou imposição de singularidades. Como nos ensina a escritora africana Chimammanda Adiche, “é perigoso pensar em uma história única, um ponto de vista singular, um conhecimento exclusivo”.

3. Isto não significa, em nenhum momento, que se trabalhe com o a perspectiva da “neutralidade” na produção do conhecimento. Concebemos a produção do conhecimento, usando como referência Bruno Latour, enquanto um processo social e histórico, portanto, onde são expressas subjetividades, escolhas.

4. A pluralidade de ideias pressupõe pluralidade de escolhas. Dessa forma, como acontece em toda sociedade (a universidade é parte dela) diferentes posicionamentos se explicitam em encontros, seminários, nos corredores, biblioteca, refeitórios, salas de aula constituindo, por diversas vezes, cenários de divergências, o que concebemos como importante fundamento da vida acadêmica, desde que resguardados o respeito e a integridade.

5. Obviamente que a matéria chama atenção por vivermos em um período de muitas intolerâncias, onde certas assertivas foram naturalizadas. A impressão, como escreveu Eliane Brum, é de que muitos parecem não estar convencidos de que “uma mulher não nasce de uma fraquejada de um homem nem deve ganhar menos porque engravida, que não é melhor ter um filho morto em acidente do que gay, que não é possível falar que um negro nem para procriar serve, que não é possível matar e torturar”. Talvez a expressão “apologia ao crime”, utilizada na matéria anteriormente mencionada, se aplicasse melhor a esse conjunto de frases. Talvez, como nos diz Lucien Febvre, seja a denuncia resultante de um “efeito espelho”.

6. Mediante a intolerância crescente, onde pessoas são marcadas com suástica, gays espancados, mulheres assassinadas, é que buscaremos saber quem incitou a violência? Quem ameaça? Quem coloca em risco a integridade de alunos? Obviamente que os acusadores precisarão responder essas indagações.

7. Por fim, reafirmamos nossa intransigente defesa da democracia, de que as mais diversas concepções possam ser explicitadas, que a liberdade prepondere. Negamos qualquer perspectiva de autoritarismo, de silenciamentos, de imposições. Defendemos a educação pública e gratuita, repudiamos todo tipo de intolerância.

Associação Nacional de História – ANPUH/ seção Acre

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