Bancada federal acreana não terá um só petista, também derrotados para o Senado em MG, RJ, SP e PR

Abaixo da média

Dos nove nomes anteriormente citados nesta coluna como promissores candidatos à Assembleia Legislativa do Acre e à Câmara Federal, nas eleições deste domingo (7), quatro foram eleitos. Em termos percentuais, isso significa 44,44%.

Passional

Admito que a lista continha algumas pessoas que, na referida avaliação, foram beneficiadas pelo afeto que lhes devoto, em detrimento da análise pragmática que o caso requeria. Mas não me arrependo. Afinal, política também é paixão, e se a margem de acerto não foi maior, o fato deve ser atribuído também à minha passionalidade.

Injustiça

Entre os nomes que apontei erroneamente como vitoriosos, faço questão – por um lado – de citar o da deputada estadual Eliane Sinhasique (MDB), injustiçada nas urnas pelo tanto que fez nos mandatos de vereadora da Capital e deputada do Acre.

Registro

Sem desmerecer a vitória dos correligionários de Sinhasique – a saber: Roberto Duarte Jr. (outro excelente parlamentar), Meire Serafim (primeira-dama de Sena Madureira) e Antônia Sales (velha conhecida dos eleitores mais humildes das barrancas dos rios do Juruá) –, não poderia deixar de registrar meu lamento ao fato de que uma parcela maior do eleitorado tenha deixado de notar, aplaudir e respaldar – com o voto – o brilhante trabalho de uma guerreira incansável que a política contemporânea nos revelou.

Outra decepção

O mesmo posso dizer do Dr. Pedro Longo, juiz aposentado e ex-diretor do Detran, em cuja passagem pelo órgão provou sua competência ao reduzir, de forma significativa, o número de mortes no trânsito nas ruas da Capital e do interior.

Fará falta

Candidato pelo PV e sujeito culto, Longo certamente contribuiria com a elevação do nível dos debates e proposições na Aleac, por hora apequenada pela mediocridade da maioria de nossos representantes.

Homem de honra

Em contrapartida, me animou demasiado a recondução ao cargo do deputado federal Alan Rick (DEM), que em sua atuação em Brasília foi intransigente na defesa dos valores familiares e cristãos, ao mesmo tempo em que assumiu posição firme na trincheira contra as investidas dos que tentam doutrinar, nas escolas, nossas crianças com a erotização precoce e a pregação em favor da permissividade sexual.

Gingante

A luta do meu colega jornalista na Câmara Federal não foi apenas contra os partidos que se mancomunaram na orquestração que visa desestruturar os lares brasileiros, enfraquecer a autoridade de pais e professores e dar aos jovens a falsa noção de que o desacato é o pináculo da libertação individual. Até porque, entronizadas essas ideias que se apresentam como libertárias, o que se vê é o aumento da delinquência e da horda de desmiolados que não conseguem distinguir um simples ato de reivindicação de direitos da violação às prerrogativas alheias – e até mesmo, conforme inúmeros registros – da afronta às leis penais.

Surpreendente

Ainda que a tenha apontado como uma das favoritas à Câmara Federal, a colega jornalista Mara Rocha – admito – me surpreendeu pela votação que ultrapassou os 40 mil sufrágios e fez dela a mais votada nas eleições deste ano, entre os oito integrantes da bancada acreana.

Vitória acachapante

Há inúmeros fatores a explicarem a vitória acachapante de Mara Rocha, entre os quais a força política do irmão, o deputado Major Rocha, o carisma da própria e as digitais de um midas da política acreana: Manoel Pedro, que responde pelo apodo de ‘Correinha’ (na foto abaixo, o primeiro à esquerda), e atualmente preside a executiva estadual do PSDB.

Matemática do desatino

Não citado na coluna, o ex-prefeito de Acrelândia Tião Bocalom (PSL) acumula mais uma derrota no currículo, desta vez para um cargo proporcional. Com mais de 21 mil votos no bolso do paletó, perdeu a vaga para quem teve quase um terço desse total – em decorrência de uma aritmética que na minha humilde opinião vem a ser uma das maiores aberrações do nosso sistema eleitoral, sobretudo por desrespeitar o desejo da maioria.

Lição de casa

Também olvidada pela coluna, a reeleição da deputada federal Jessica Sales (MDB) mostrou ao topetudo prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro (Progressistas), fiador da candidatura do tio, Rudilei Estrela (este derrotado), que o ex-prefeito Vagner Sales (MDB) mantém a sua força no Juruá. A ponto de impor tamanha humilhação àquele que, depois de resgatado do limbo, se achou em condições de suplantar o padrinho.

Estrela decadente

A derrota de Rudilei acena ainda para o lado contrário dos que, há meses, vêm apregoando a guinada na popularidade de Ilderlei. Gestor atabalhoado a ostentar um currículo político desabonador, Cordeiro tentou, nos últimos meses, uivar como um lobo – mas a derrota do parente o fez miar como um gatinho felpudo.

Dança das cadeiras

A renovação na Câmara dos Deputados, a propósito – no que tange, claro, à bancada acreana –, ultrapassou os 62%. E serviu de expurgo dos companheiros Leo de Brito, Sibá Machado e Raimundo Angelim. Sibá, aliás, – segundo um amigo do tipo que não se vexa em contar piada em velório –, tenciona recorrer à ONU, em uma denúncia que atribui seu fiasco eleitoral à Central de Inteligência Americana (CIA).

Efeito colateral

E se no Acre até mesmo o senador Jorge Viana recebeu uma passagem para a balsa que segue viagem para Manacupuru, em Minas Gerais, a ex-presidenta Dilma deu com as quatro patas n’água, não obstante ter liderado todas as pesquisas de intenção de voto para o Senado.

Troco

No Rio e em São Paulo, os petistas Lindbergh Farias e Eduardo Suplicy, respectivamente, tiveram o mesmo destino de Dilma. No Amazonas, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), que junto com Lindbergh e Gleisi Hoffmann (PT), protagonizou os episódios mais deploráveis durante o impeachment, também embarcou na balsa dos derrotados. A paranaense Gleisi, mais esperta que os colegas, tratou de disputar uma vaga para a Câmara Federal, no que foi bem-sucedida.

Flagelados

O reduto do petismo continua a ser o Nordeste, onde a seca e a fome flagelam o povo tanto quanto o analfabetismo.

sepulcral 

O Acre, no domingo de eleição, tratou de encerrar o ciclo de 20 anos de poder do Partido dos Trabalhadores. E antes tão altivos e presunçosos nas redes sociais, os companheiros se encerram agora num mutismo ensurdecedor. Prova de que existe, sim, um modo muito eficaz de calar a empáfia dessa gente.

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