Com quedas, Brasil deixa escapar inédito top 5 e fica em sétimo no Mundial de Doha

De novo o cavalo com alças. A equipe masculina do Brasil chegou a flertar com um top 5, colocou pressão na Grã-Bretanha nesta segunda-feira no Aspire Dome. Mas duas quedas de Arthur Nory na última apresentação e um de Caio Souza nas barras paralelas impediram a colocação inédita. Contando também com Arthur Zanetti, Francisco Barretto e Lucas Bitencourt, a equipe brasileira acabou na sétima posição na final do Mundial de Doha, caindo um posto em relação à classificatória e à sua melhor colocação da história.

Abelardo Mendes Jr/rededoesporte

China, Rússia e Japão parecem ainda inalcançáveis, mesmo se não houvesse quedas para o Brasil. Os chineses por muito pouco conseguiram manter o domínio asiático na prova e ficaram com o título. Vice em Doha, os russo vão ter de esperar o ano que vem para quebrar essa tradição que tem quase 20 anos. Atuais campeões olímpicos, os japoneses ficaram com o bronze. As equipes medalhistas de quebra levaram a classificação para Tóquio 2020.

Primeira rotação – argolas

O Brasil começou a disputa em um ponto forte: as argolas. Foi o quarto melhor na classificatória neste aparelho e ainda melhorou o próprio desempenho na final. Caio abriu com 14,200. Zanetti teve uma saída cravada e repetiu os 15,033 da classificatória. Lucas, que havia errado a saída do aparelho no primeiro dia, desta vez não teve falhas graves e tirou 13,666. Somando 42,899, o Brasil aproveitou falhas dos rivais para abrir a disputa na segunda posição, atrás apenas da Rússia, que conseguiu 43,199 no solo.

Segunda rotação – salto

Era a vez do salto, um aparelho que costuma render muitos pontos ao Brasil. Nory abriu com um Yurchenko com dupla e meia e conseguiu 14,233. Finalista do aparelho em Doha, Caio teve problemas com sua tripla pirueta e tirou 14,191. Zanetti quase caiu, mas ainda somou 13,633. Com 42,057, o Brasil ficou pouco mais de um ponto abaixo do seu desempenho na classificatória e viu a Grã-Bretanha voar no salto para a liderança. Os brasileiros mantiveram a segunda posição, porque os russos tiveram problemas no cavalo com alças.

Terceira rotação – paralelas

O Brasil havia surpreendido positivamente nas paralelas durante a classificatória, mas o bom desempenho não se repetiu na final. Chico abriu com problemas menores e tirou 13,408. Caio, que havia puxado a nota da equipe na sexta, desta vez sofreu uma queda. Ele se recuperou bem, mas o 12,933 foi quase dois pontos abaixo do que tirou na classificatória. Lucas teve um desequilíbrio grande e bateu com o pé no aparelho durante um voo para tirar 13,333. Com 39,674 pontos, o Brasil despencou da segunda para a oitava posição. O Japão voou no salto para assumir a liderança, seguido pelos russos, que tiveram ótimo desempenho nas argolas.

Quarta rotação – barra fixa

Era preciso recuperar logo, já na barra fixa. Nory aumentou a dificuldade da sua série em relação à classificatória e praticamente cravou tudo e tirou 14,200 pontos, uma nota que se tivesse feito na classificatória estaria na final do aparelho. Caio perdeu o equilíbrio em uma parada de mão, mas ainda conseguiu 13,533. Finalista olímpico do aparelho, Chico teve problema na sua saída e tirou 13,800. Com 41,533 pontos na barra fixa, o Brasil conseguiu subir para a quinta posição, passando rivais como Holanda e Grã-Bretanha, que sofreram quedas. A Rússia teve grande desempenho no salto e assumiu a liderança, seguida de perto por China e Japão. Os três favoritos começaram a disputa interna pelo pódio.

Quinta rotação – solo

O bom embalo seguiu para o solo. Zanetti trabalhou bem as chegadas que foram o problema na classificatória e abriu com 13,866. Medalhista de bronze no solo da Rio 2016, Nory praticamente cravou sua série e conseguiu 14,166. Caio também comemorou muito sua série de 13,900. Com 41,932 pontos, o Brasil acabou sendo ultrapassado pela Grã-Bretanha, que também deu show no solo. Por outro lado, abriu vantagem em relação a Suíça e Holanda. Na briga pela ponta, a Rússia sofreu uma queda nas paralelas e caiu para a segunda posição. A China contou com um 16,200 de Zou Jingyaun, atual campeão mundial da paralela, para assumir a liderança. Atual campeão olímpico, o Japão ficou um pouco atrás na disputa.

Sexta rotação – cavalo com alças

Lucas abriu a participação brasileira no último aparelho, o mais temido das classificatórias. O ginasta, que na classificatória caiu do aparelho, fez uma apresentação regular e marcou 12.633

Chico, que foi o melhor representante do Brasil na classificatória. O ginasta, como na classificatória, fez uma apresentação limpa e garantiu a nota 13.666, melhor que na primeira apresentação.

Arthur Nory encerrou a participação da equipe brasileira em Doha. Diferentemente da classificatória, que teve boa apresentação, o ginasta caiu do aparelho duas vezes e ficou com 9.600.

PUBLICIDADE