Fenomenal
Notícias que chegam do Juruá acenam com uma guinada na gestão do prefeito Ilderlei Cordeiro (Progressistas), que teve um começo de mandato deplorável. A fonte da coluna, que pediu para ter a identidade preservada, fez, porém, a seguinte ressalva: “Ilderlei é um fenômeno de impopularidade. Quanto mais ele mostra serviço, menos a população de Cruzeiro do Sul aprova a sua gestão”.
Termômetro
A desaprovação a Ilderlei, sucessor de Vagner Sales, com quem rompeu, tendo inclusive que deixar o MDB, pode ser aferida através da derrota do tio Rudilei Estrela (Progressistas), que disputou uma vaga na Câmara Federal.
Calculadora
O péssimo começo de Ilderlei no cargo ficou evidente com o decreto de número 2 assinado por ele, criando 611 cargos comissionados na prefeitura recém-assumida. Imagine o leitor que o município do Juruá possuía, em 2017, segundo o IBGE, pouco mais de 87 mil habitantes, contra mais de 383 mil de Rio Branco. Em termos percentuais, a população cruzeirense representava 22,7% do total de moradores da Capital.
Assombroso
Pois bem, com 77% a mais de habitantes, o poder executivo rio-branquense manteve, sob os governos de Raimundo Angelim e Marcus Alexandre, a exorbitância de 444 comissionados. De uma só canetada, Ilderlei, por sua vez, criou 28% a mais de cabides de emprego, em comparação com os adversários do PT.
Demissões
O inchaço da máquina pública em Cruzeiro levou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) a agir, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, que fixa o teto de gastos com pessoal em 54% do total da arrecadação de tributos. Resultado: o prefeito agora promove demissão em massa para se adequar à legislação.
Ruma de gente
Quem teve a oportunidade de visitar a prefeitura nos primeiros meses de mandato do atual prefeito, esbarrava com uma ruma de pessoas pelos corredores e até mesmo na calçada. Eram tantos os nomeados que nem espaço havia para acomodá-los no prédio.
Não colou
Na tentativa de manter os apaniguados, Ilderlei chegou a aprovar, na Câmara de Vereadores, uma taxa extra pela coleta de lixo domiciliar. Deu xabu, claro. E em sua tentativa de colocar a culpa de todos os problemas sobre os ombros do antecessor, terminou por minar a paciência dos cruzeirenses.
Desinteligência
Enquanto o apadrinhado dizia do padrinho que este havia deixado um rombo milionário para ele saldar, Vagner Sales negava. E a pendenga só se agravava.
Cirúrgico
Mas, talvez, o fator a explicar a péssima avaliação da gestão do prefeito cruzeirense tenha sido explicada pelo ex-deputado João Correia (MDB), que numa postagem do Facebook, muitos meses atrás, alertou Ilderlei para os efeitos da ingratidão ante os olhos do público. É provável.
Suspeita
As denúncias de suposta farra na compra de gasolina para a Câmara de Vereadores de Cruzeiro do Sul levaram o presidente da Casa, vereador Romário Tavares (MDB), a ter que dar explicações ao Ministério Público.
Depressivo
Tendo um único veículo à disposição da presidência, a Câmara chegou a ter despesas superiores a R$ 11 mil com combustível em um único mês. Os gastos com pessoal do poder legislativo municipal também são objeto de denúncia dos adversários de Romário Tavares. Acuado, ele, segundo informação passada à coluna, caiu em depressão.
Consolo
A coluna apurou que a deputada estadual Eliane Sinhasique (MDB), que não conseguiu se reeleger, será contemplada com um cargo no primeiro escalão do futuro governo de Gladson Cameli (Progressistas). Quem nos confidenciou o acordo garantiu que ela será nomeada secretária de Esportes.
Meu pirão primeiro
A propósito desse assunto, candidatos eleitos e outros que nem sequer bateram na trave já fazem o cerco ao governador eleito. Todos querendo espaço na futura gestão. Pessoa próxima ao senador disse à coluna o que parece ter saído da boca do próprio Cameli: “Cargo é coisa para a qual a pessoa é convidada, e não para ficar se oferecendo”.
Critérios
O assédio ao governador eleito, que assume o cargo no dia 1º de janeiro, tem lhe tirado do sério. Com ou sem mandato, essa turma precisa entender que o staff de qualquer governo sério – conforme prometeu fazer Gladson nos próximos quatro anos – passa primeiro pela qualificação do postulante, mas depende também da confiança que lhe é dispensada.
Expectativa
Espera-se não apenas que o Sr. Gladson Cameli resista às investidas, baseando suas escolhas no que houver de melhor entre os aliados políticos e colaboradores de campanha, como cumpra a promessa de cortar grande parte do batalhão de favorecidos pela caneta do petista Tião Viana. A coluna manterá a coerência, e torce para que o governador eleito faça o mesmo.