O Ministério do Meio Ambiente pediu urgência na investigação de dois atentados contra equipes que combatiam o desmatamento na Amazônia.
No caminho das equipes de fiscalização, uma ponte de madeira em chamas. O incêndio, na sexta-feira (19), foi para tentar impedir uma operação do Instituto Chico Mendes (ICMBio) contra o desmatamento na Floresta Nacional de Itaituba 2, no Sudoeste do Pará.
Segundo o instituto, moradores da região também bloquearam outros dois acessos à mata e atiraram para o alto para intimidar os agentes ambientais.
“No que depender de nós, vamos agir. Onde eles entrarem, nós vamos queimar ponte, vamos fazer coisas para eles sempre sofrerem”, diz um morador em uma gravação.
Os fiscais pediram reforço da Polícia Militar para deixar a floresta. Os agentes aplicaram 11 multas por desmatamento ilegal e apreenderam caminhões, tratores e motosserras.
No sábado (20), três carros do Ibama foram incendiados em Buritis, município de Rondônia, quando as equipes se preparavam para uma operação. A polícia prendeu um suspeito.
Em julho de 2017, oito carros do Ibama foram queimados em Altamira, sudoeste do Pará. Três meses depois, as sedes do Ibama e do ICMBio, em Humaitá, no sul do Amazonas, foram incendiadas. A ação criminosa foi após uma operação de combate ao garimpo ilegal no Rio Madeira.
Os ataques vêm ocorrendo no chamado “arco do desmatamento”, que começa no norte de Rondônia, passa pelo sul do Amazonas e vai até o oeste do Pará. A região é cobiçada por madeireiros, garimpeiros e invasores de terras públicas por ser uma das áreas mais ricas em biodiversidade na Amazônia. Depois dos últimos atentados, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) disse que vai intensificar as fiscalizações.
“Nós não vamos aceitar e não vamos permitir que atentem contra a vida e contra as ações de órgãos como o Ibama e ICMBio. Que essas ameaças e esses atentados agora, que eles não sirvam de intimidação porque não vão nos intimidar, nós vamos continuar trabalhando porque a nossa ação é contra o crime. Nós estamos atuando contra àqueles que estão na ilegalidade”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte.