Leitor quer saber de Marcus Alexandre quantos processos judiciais alguém precisa ter pra se aposentar

Alquimia da realidade

A lógica petista consiste na deturpação dos fatos com a finalidade de que, assim distorcidos, eles possam justificar suas atabalhoadas teorias. E estas últimas, como se sabe, são também inabaláveis.

Como é que é?

Se o candidato ao governo do PT responde a processo por desvio de recursos públicos, num esquema que segundo a Polícia Federal desviou mais R$ 700 milhões em cidades de três estados (entre os quais o Acre), o Sr. Marcus Alexandre atribui a ação judicial ao fato de ser um homem trabalhador.

Velhacaria

A partir de uma premissa tão velhaca, chega-se à conclusão de que os sujeitos mais laboriosos em nosso meio social são justamente aqueles que se encontram nas penitenciárias – entre os quais o ex-presidente Lula, claro.

Leitura dinâmica

Na mesma linha desse raciocínio, o ex-prefeito petista sugere, enfim, que o trabalhador que nunca sentou no banco dos réus, e nem ao menos se viu conduzido coercitivamente para prestar depoimento na sede da Polícia Federal, não passa de um reles vagabundo.

Regra

Aos que não costumam impor limites ao próprio cinismo, a mentira acaba por virar regra. Tanto que o Sr. Marcus Alexandre, em resposta à pergunta do Coronel Ulysses (PSL) sobre o processo mencionado, respondeu que ele foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal. Puro embuste.

Perguntar não ofende

Indignado com a questão, o advogado Leandrius Muniz enviou ao colunista uma mensagem – endereçada ao ex-prefeito de Rio Branco –, na qual questiona quantos processos judiciais o trabalhador brasileiro precisa carregar nas costas para que tenha direito à aposentadoria.

Repassando

A pergunta do Dr. Leandrius bem que poderia ser respondida pelo senador Jorge Viana, pensionista da previdência estatal desde que deixou o governo do Acre, em 2007. Aos 48 anos de idade.

Queixume

Ainda sobre o debate da TV Acre, o professor David Hall, candidato ao governo pelo Avante, se queixou do noticiário, que só dá espaço aos candidatos do PT e do Progressistas, no caso o senador Gladson Cameli.

É cada uma

Nas últimas pesquisas de intenção de voto, Hall nem chegou a pontuar. Como um mero traço nas estatísticas eleitorais, ele ainda exige que os veículos de comunicação lhe concedam as manchetes?

Pra ilustrar

Com todo respeito ao candidato do Avante, que apesar do bom desempenho nos debates não faz mais do que papel de figurante nestas eleições, ele não é notícia. Ilustro com um exemplo particular: esta coluna, que tem alcançado picos entre 6 mil a 7,5 mil acessos únicos – com média diária de 3,5 mil – recebeu a visita de minguados 700 e poucos leitores no dia em que fez chamada sobre Hall.

Batendo na porta errada

Candidato de uma sigla que nem sequer conseguiu reunir outras de igual tamanho numa aliança que lhe desse sustentação política, David Hall entrou na disputa sabendo-se derrotado. E se não pontua nas pesquisas de intenção de voto, não poderia virar notícia. O mais sensato, portanto, seria que reclamasse com o eleitor.

Vitória judicial

A prefeita de Tarauacá, Marilete Vitorino (PSD), se livrou do processo na Câmara de Vereadores que visava decidir se ela deveria ser afastada do cargo por supostas irregularidades administrativas.

Deferimento

A juíza de direito Ana Paula Saboya Lima, da Comarca de Tarauacá, acatou o pedido de liminar ajuizado pela defesa de Marilete. O documento alega ter havido desrespeito às leis na formação da Comissão Processante, que tencionava deflagrar o processo de julgamento político da prefeita.

Minudências

No despacho, a magistrada destacou, com base na Ata da 36ª Sessão Ordinária da Câmara, que o presidente do legislativo municipal, vereador Carlos Tadeu Lopes da Silva, suspendeu a sessão para analisar a denúncia contra Marilete, retomou o trabalho para que se votasse o pedido e encerrou as atividades parlamentares. Ocorre que pela legislação, Carlos Tadeu deveria ter colocado em votação, imediatamente, os nomes dos membros da Comissão Processante.

Ineptos

Esse detalhe, a mostrar a inépcia do presidente da Câmara e daqueles que o acompanharam na aprovação da denúncia, foi suficiente para que a Dra. Ana Paula Saboya mandasse suspender o processo contra a prefeita.

Super interessante

Mas o detalhe mais interessante dessa história diz respeito ao autor da denúncia, José Rodinei de Lima Sombra, servidor da própria Câmara. Sobre ele, li dia desses uma excelente matéria com informações sobre sua trajetória de vida, militância política e carreira profissional.

Sombra e água fresca

O que mais me chamou a atenção no Sr. Rodinei é que ele nunca trabalhou na iniciativa privada, sempre beneficiado por indicações políticas que lhe franquearam acesso a cargos em comissão – tenha sido na prefeitura, no governo estadual ou no gabinete de parlamentares ligados ao PT. Em suma: o Sombra sempre viveu de água fresca.

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