O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira (24) uma proposta para proibir produtos de plástico descartável, como pratos, canudos, talheres e cotonetes, em todos os países da União Europeia (UE).
A proposta, que recebeu amplo apoio dos eurodeputados, prevê que alguns produtos descartáveis que já possuem substitutos fabricados com outras matérias-primas sejam banidos a partir de 2021.
Os Estados-membros da UE seriam obrigados a reciclar 90% das garrafas de plástico até 2025, enquanto os fabricantes teriam que ajudar a cobrir os custos do gerenciamento do lixo.
Em maio, a Comissão Europeia propôs a proibição de uma série de produtos plásticos descartáveis e a redução do uso de itens plásticos como embalagens de alimentos. Ao apresentar a proposta, o órgão executivo da UE argumentou que mais de 80% do lixo nos oceanos é composto de produtos de plástico.
Os eurodeputados acrescentaram à lista da Comissão sacolas de plástico leve, embalagens de poliestireno usadas por redes de fast food e produtos feitos com plástico oxodegradável, que, segundo os críticos, não se decompõem por completo.
Os filtros de cigarros, que podem levar mais de uma década para se decompor, também devem ser reduzidos em 50% até 2025 e em 80% até 2030. Os países do bloco deverão também coletar equipamentos de pesca que poluem as praias.
A proibição ainda precisa ser negociada em conversações com os Estados-membros. Se todos concordarem, a legislação passará a valer a partir de 2021.
“Enviamos um forte sinal à indústria”, afirmou a eurodeputada belga Frédérique Ries, que participará da negociação com os países do bloco. “Há apoio popular amplo e crescente sobre essa questão”, frisou.
A UE recicla apenas 1/4 das 25 milhões de toneladas de lixo plástico que produz anualmente. Alguns críticos argumentam que, em vez de banir os plásticos, as leis deveriam focar na maneira como esses produtos são descartados.
O vice-presidente da Comissão Europeia, Franz Timmermans, que supervisiona os esforços para reduzir o lixo plástico, disse que o bloco europeu deve agir de modo mais decisivo.
“A Europa deve aceitar o fato de que não podemos apenas jogar a responsabilidade para outros”, afirmou. “Esta é a primeira estratégia em todo o mundo que leva em conta a totalidade da questão do papel do plástico em nossa economia. Se não agirmos agora, se não progredirmos com rapidez […] teremos mais plástico do que peixes nos oceanos.”