Petecão e Bittar vencem disputa ao Senado em eleição que prova decadência do PT no Acre

O senador Sérgio Petecão (PSD) foi reeleito neste domingo para o cargo de senador da República. Junto com ele, as urnas também franquearam ao ex-deputado Marcio Bittar (MDB) o acesso ao Senado da República. Dado como ‘imbatível’ na disputa eleitoral deste ano, o senador Jorge Viana (PT) perde, pela primeira vez desde que assumiu a prefeitura da Capital, em 1991, a sua primeira eleição. O petista deixa o mandato em um momento em que o seu partido também foi derrotado para o governo estadual, onde se manteve durante duas décadas.

Com a vitória de Petecão e Bittar, o Senado, mesmo com o afastamento de Gladson Cameli (Progressistas), que assumirá o governo estadual no dia 1º de janeiro de 2019, o PT fica sem representante na Casa.

O desempenho de Jorge Viana, aliás, foi seguido de perto pelo correligionário Ney Amorim. Durante a campanha, por sinal, ambos chegaram a se desentender, e o atual presidente da Assembleia Legislativa chegou a afirmar que sua candidatura ao Senado estava sendo boicotado dentro da aliança da Frente Popular. Indício – comprovado pelo resultado das urnas – de que o projeto de poder do PT mostrava as muitas fissuras que levaram a sigla à sua maior derrota no estado.

Filho de família pobre e órfão de pai

De família pobre, Petecão perdeu o pai aos 14 anos de idade. Era o mais velho entre os cinco irmãos, e teve que trabalhar junto com mãe, proprietária de uma bomba de gasolina flutuante, na margem do rio Acre. Com o negócio a prosperar, mais tarde a família adquiriu um posto de combustíveis.

Ridicularizado pelos adversários, amado pelo povo e campeão de votos/Foto reprodução

Concluído o ensino médio, Petecão foi convidado a se candidatar a vereador na eleição de 1984. Não se elegeu.

Dez anos depois, filiado ao PMN, foi eleito deputado estadual. Em 1996 disputou a prefeitura de Rio Branco, mas perdeu a eleição. Em 98 conseguiu ser reconduzido ao parlamento estadual, chegando a presidir a Assembleia Legislativa do Acre.

Derrotado em 2000 em sua segunda tentativa de ser prefeito de Rio Branco, em 2002 Petecão foi novamente reeleito deputado estadual e voltou a dirigir a Mesa Diretora, num total de oito anos como presidente do Poder Legislativo estadual.

Eleito deputado federal em 2006, em 2008 foi mais uma vez candidato a prefeito da Capital – e pela terceira vez derrotado. Em 2010 disputou uma das duas vagas para o Senado, sendo eleito em segundo lugar, junto com o petista Jorge Viana.

Neste domingo (7), Petecão se consolidou como líder absoluto dos votos para o Senado.

Da esquerda à direita

Marcio Miguel Bittar (MDB) viveu a infância entre as cidades mato-grossenses de Cuiabá e Jauru, mudando-se para Campo Grande, onde aderiu ao movimento estudantil como militante do clandestino PCB. Em 1981 foi secretário-geral da Juventude do PMDB e no mesmo ano assumiu a presidência da União Campo-grandense dos Estudantes (UCE) exercendo-a por dois anos.

Comunista quando jovem, Bittar se diz ‘durado’: “Graças à muita leitura”, brinca/Foto: reprodução

Após mudar-se para o Acre, manteve sua filiação ao PMDB, partido pelo qual se elegeu, em 1994, deputado estadual e deputado federal em 1998.

Filiando-se ao PPS ainda no início da legislatura na Câmara Federal, disputou e perdeu a eleição para senador, em 2002. Dois anos depois, vencido por Raimundo Angelim (PT) ao disputar a prefeitura de Rio Branco. Em 2006 também perdeu a eleição para o governo do Acre para o petista Binho Marques.

Filiado ao PSDB, em 2010 conquistou seu segundo mandato de deputado federal, obtendo a maior votação da história do Acre – e a segunda maior votação proporcional do Brasil.

Foi primeiro-secretário da Câmara Federal. Defensor da liberdade de mercado, formou discurso anticomunista e antipetista, tornando-se forte opositor do governo do PT no Acre e no plano nacional. Prega ainda o estado mínimo.

Neste domingo (7) foi eleito senador da República, cargo que exercerá pela primeira vez nos próximos oito anos.

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