Fartura X pobreza
Roraima, Acre, Amapá, Tocantins e Rondônia integram a lista das Unidades da Federação cujos candidatos proporcionais mais investiram na campanha eleitoral deste ano – na comparação dos recursos despendidos e o total de votos que garantiram a eleição dos postulantes.
Equação infalível
O cálculo leva em conta o montante despendido na campanha dos postulantes aos parlamentos estaduais e à Câmara dos Deputados, bem como o resultado completo da apuração, em geral propício aos mais perdulários.
Nada a ver
Na reportagem do Portal Terra, a relação entre o valor do voto e as despesas dos deputados eleitos, segundo o ponto de vista do repórter, decorre do fato de que os Estados mencionado compõem as cinco umidades federativas menos populosas do Brasil. Esta coluna discorda, por não enxergar uma relação entre uma coisa e outra.
Segundo no ranking
O G1 tratou de levar em conta os gastos de campanha de senadores eleitos para os próximos oitos anos em Brasília. E apresentou o emedebista Marcio Bittar como o parlamentar na lista dos eleitos com o segundo maior montante despendido na campanha, se comparado o valor declarado à justiça eleitoral em relação aos votos obtidos para a sua eleição: 185.066 votos, ou R$ 10,97 por voto recebido.
Campeão
Acontece que o senador Jorge Viana (PT), derrotado em sua tentativa de regressar ao cargo, obteve 117,2 mil votos – e declarou gastos de R$ 1.302.397,37. Feitas as contas, cada voto do petista custou R$ 11,11 reais – acima das despesas ‘por voto’ entre todos os postulantes ao cargo pelo Acre.
Critério
Mas como a matéria tinha por finalidade mostrar o valor gasto pelos eleitos, Jorge Foi tirado da lista. A justificativa, porém, não muda a equação.
Cultura política
Segundo o G1, cinco estados da Região Norte do país apresentaram as maiores despesas por votos conquistados nas eleições deste ano para a Câmara Federal e Assembleias Legislativas estaduais. Nada a ver com o tamanho dos estados, conforme argumentado na reportagem. O que ocorre é que no Norte do Brasil, a população foi acostumada a depender da política pra sobreviver. E as eleições viram uma oportunidade de o eleitorado captar recursos em troca da promessa de votar naquele que se dispõe a comprar a preferência eleitoral do primeiro.
Onda Bolsonaro
O mais interessante é que grande parte dos candidatos os Senado da República pelo PSL do presidente eleito Jair Bolsonaro foram os postulantes ao Senado que mesmos gastaram com a campanha. O menor custo por voto foi do Major Olímpio (PSL-SP), que informou gastos de R$ 278,9 mil e recebeu 9.039.717 votos. Cada voto ficou por R$ 0,03.
Inflacionado pelo PT
No Acre, os custos das campanhas eleitorais foram majorados depois que o PT chegou ao governo com Jorge Viana. Essa, aliás, foi uma observação feita por um ex-deputado federal do MDB, que traçou a rota do aumento de gastos com campanhas que inflacionariam, ao longo dos últimos 20 anos. o mercado de votos no Estado.
Mudança de paradigma
Mas agora basta ver a guinada nas eleições dos correligionários do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em todo o país, tanto para a Câmara Federal, quanto para o Senado: eles apresentaram a menor relação custo-benefício entre votos recebidos e valores gastos em campanha.
Erro de perspectiva
Os sites e jornais locais que repercutiram a matéria do G1 não se deram ao trabalho de repercutir os cálculos envolvendo o senador derrotado Jorge Viana (PT). Um erro, na minha concepção. Pois mais importante do que mostrar os eleitos, a intenção era estabelecer uma relação entre os gastos de campanha e o valor dos votos recebidos, independente de quem venceu ou perdeu a eleição.
Mais uma derrota
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou ontem (13) um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato.
Foros distintos
A defesa de Lula contestava decisão do ministro Edson Fachin, que encaminhou para a Justiça Federal do Distrito Federal uma denúncia pelo “quadrilhão do PT” – enquanto o ex-presidente queria ser investigado pelo STF. A acusação, por organização criminosa, foi oferecida pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra 16 pessoas.
Escabroso
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o esquema de corrupção instalado na Petrobrás, no Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e no Ministério do Planejamento permitiu que os políticos denunciados recebessem, a título de propina, pelo menos R$ 1,48 bilhão.
Filigranas jurídicas
“Em março deste ano, Fachin determinou que apenas a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o ex-ministro Paulo Bernardo permaneceriam com as investigações em curso no STF. A defesa de Lula entrou com recurso contra o desmembramento do caso, mas a Segunda Turma manteve nesta tarde a decisão de Fachin que mandou as investigações contra o ex-presidente para a Justiça Federal do DF”, relatou reportagem do jornal Estadão.
Arrolados
Entre os denunciados que vão passar a responder na primeira instância estão ainda Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda) e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.