O técnico Tite falou após a vitória da seleção brasileira por 1 a 0 contra Camarões, nesta terça-feira (20), em Milton Keynes (Inglaterra). O treinador afirmou que termina 2018 “em paz” e com a “ferida cicatrizando” após a eliminação para a Bélgica nas quartas de final da Copa do Mundo.
“Paz comigo mesmo no sentido de poder ter feito meu trabalho o melhor possível junto com a comissão e o mais aprofundado possível. Hoje é 32º jogo (à frente da seleção), ainda vindo com essas etapas, parece um tempo longo, mas dá seis meses em clube pelo número de jogos. É o grande desafio de seleção. Eu queria estar, mas agora abraça. O sentimento é de paz”, afirmou.
Ao ser questionado sobre a queda na Copa contra a Bélgica, Tite lembrou da boa fase da seleção antes do Mundial, com as vitórias nas eliminatórias, e falou em responsabilidade.
“É uma responsabilidade muito grande estar aqui. Tenho dimensão exata de quanto um título mundial daria alegria para as pessoas, principalmente para a garotada. A seleção estava no nível de chegar em uma semifinal ou final de Copa, a equipe mostrou isso, fez eliminatórias ganhando e encantando, fez o melhor segundo tempo contra a Bélgica, foi impressionante, mas alguns reconhecimentos foram importantes da minha classe como técnico, alguns que me ligaram, de andar na rua e ver o carinho do torcedor e o reconhecimento do trabalho de todos os atletas me fortaleceu. Receber um abraço do Seedorf agora vai fortalecer e aí a ferida vai cicatrizando um pouquinho”, afirmou.
Sobre a partida contra Camarões, o treinador falou sobre os atletas testados, como Allan, e elogiou a postura de Neymar mesmo sendo substituído aos sete minutos depois de sentir um desconforto na virilha. O camisa 10 já havia recebido atendimento uma vez, mas retornou a campo e só depois deu lugar a Richarlison.
“Tem uma série de atletas, mas existe etapa de construção. Não dá para trazer o Allan sem colocar o Fred e o Arthur para jogar. Se não, fica uma situação de tira e bota. A gente tem uma coerência por trás, agora era a vez dele. Assim como Renato Augusto, que não tinha condição, e o Neymar. Se quisesse tirar (o Neymar), eu poderia tirar, porque tem jogo na sequência, mas ele foi para o jogo, deu caráter importante para a equipe, a equipe mantém seu principal atleta na sua composição, tanto é que mantemos ele mesmo sentindo no primeiro lance. Demos sequência, mas aí na segunda vez era responsabilidade. De alguma forma, esse link ficou prejudicado”, declarou Tite, que também exaltou o setor ofensivo contra Camarões mesmo com o placar magro.
“Sempre um ajuste de um processo ofensivo. É verdade que fizemos gols em todos os 32 jogos oficiais, só não fizemos em um jogo oficial, contra a Bolívia lá, porque o goleiro foi o melhor em campo. Sempre fizemos gols, independente desse ajuste de criação. Hoje, teve bastante e um volume muito grande, e o goleiro foi uma peça diferente. Hoje, criou bastante”, disse.