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Lula não acreditava na possibilidade de uma eventual soltura, segundo Gleisi Hoffmann

Por JOSÉ MARIA TOMAZELA, DO ESTADÃO

Luiz Inacio Lula da Silva/REUTERS/Leonardo Benassatto

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta quinta-feira, em Curitiba, que o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma postura cética diante da decisão do ministro Marco Aurélio Mello de determinar a soltura de todos os presos condenados em segunda instância, inclusive o petista.

“Ele estava tranquilo, sereno, e também cético. Disse que não dá para achar que isso vai acontecer”, afirmou Gleisi. “O ex-presidente Lula está passando por uma série de injustiças que o fazem ter essa posição até para se proteger, não sofrer com decisões contrárias a ele”, completou a presidente do PT.

De acordo com ela, a solução para o caso de Lula, condenado pela Lava Jato e preso desde abril, não é jurídica, mas política.

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT Foto: Amanda Perobelli/Estadão

“O Lula diz que a saída para o caso dele não é jurídica porque tentou-se tudo já neste campo, é uma saída política. Acredito que está ficando cada vez mais claro que é uma prisão política”, disse Gleisi.

Ela esteve com um grupo de deputados federais no PT no acampamento montado por apoiadores de Lula em frente à sede da Polícia Federal, onde fizeram um ato em defesa do ex-presidente. O principal alvo de críticas foi a juíza substituta da 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Carolina Lebbos. Os petistas questionaram o fato de a juíza não ter obedecido de imediato a decisão do ministro Marco Aurélio.

O clima no acampamento é de desânimo depois da expectativa causada pelas idas e vindas do Supremo Tribunal Federal. De manhã, Lula recebeu as visitas de seus advogados e dos filhos Sandro e Luiz Claudio.

Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira, a direção nacional do PT diz que “o sistema judicial brasileiro encontra-se hegemonizado pelos que praticam a exceção, atuando como carcereiros e carrascos do maior líder politico do País”.

No documento, o partido critica a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, por ter recorrido da decisão de Marco Aurélio, e afirma que a cúpula das Forças Armadas se mobilizou para impedir a libertação de Lula.

Já Gleisi poupou o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, quando foi questionada sobre a decisão de cassar a liminar de Marco Aurélio. “Me surpreendeu a posição dele, mas o ministro Dias Toffoli sofreu uma pressão consistente desde o início”, disse ela.

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