Após levar surra nas urnas, Leo de Brito apanha da gramática: incompetência na hora de insultar

Mundo animal

O deputado federal Leo de Brito (PT) não acerta uma. Derrotado nas urnas junto com os companheiros Raimundo Angelim, Sibá Machado, Jorge Viana e Marcus Alexandre, ele resolveu insultar os críticos de Tião Viana, chamando-os de ‘abutres’.

Revolta

Por meio de sua conta no microblog Twitter, Leo de Brito reclamou, nesta terça-feira (26) da ‘gente sacana’ que, segundo ele, inventa ‘mentiras’ sobre o governador do PT do Acre e nem mesmo no Natal lhe dá trégua. “Abutres, deixem Tião Viana em paz”, bradou o choramingão.

Coitadinho!

E na tentativa de ‘provar’ as aleivosias que os detratores do correligionário espalham contra ele, lembrou de uma reportagem, veiculada tempos atrás, segundo a qual Tião Viana teria comprado uma casa em Portugal, para aonde se mudaria depois de terminar seu catastrófico governo.

Tanto faz!

A mim seria indiferente se Tião Viana houvesse mesmo adquirido uma quinta em Lisboa, e por lá passasse o resto dos seus dias. Até preferiria que fosse gozar a aposentadoria em lugares como Nova Zelândia, Papua Guiné ou nas Ilhas Salomão – que estão bem mais distantes daqui.

Cético

Mas admito meu ceticismo quanto à veracidade da versão lembrada pelo parlamentar petista, visto que o atual governador já nos deu reiteradas demonstrações de que prefere o colorido do país da Disneylândia ao Velho Continente descorado.

Ressalva

Ocorre, porém, que Leo de Brito – ou qualquer outro dos seus correligionários – não tem estatura moral para tachar de embusteiros os adversários políticos. Os governos do PT foram erguidos sobre o alicerce da mentira, e isso a história recente – e a turma da Lava Jato – já provou.

Melindroso

Além disso, poucas coisas me causam tanta irritação quanto o melindre. E o de Leo de Brito é ainda mais deplorável, não só pelo drama coletivo vivido em decorrência do descaso político do Sr. Tião Viana, quanto pela invocação do Natal na tentativa de adocicar a nossa indignação.

Imprecisão linguística

Mas de volta à mensagem do deputado no Twitter, e sua comparação pretensamente insultuosa, é preciso lembrar que abutres são aves que se alimentam de carne em decomposição. E se não lhe passou pela cachola que o xingamento resvalaria na justa conclusão a que nos leva, foi por lhe faltar o discernimento que demonstrou não possuir em sua indecente cruzada em defesa do ladrão Luís Inácio.

Distração

Tão desatento quanto o correligionário choramingão, o governador petista reagiu, agradecido, ao afago companheiro. Também por meio do Twitter falou dos que se alimentam da “ganância, da inveja, da raiva e do ódio” e acabam por esquecer as “coisas bonitas da vida”.

Teatrinho

Nem mesmo a dramaturgo grego Aristófanes, autor de memoráveis sátiras políticas, poderia ter concebido um desfecho tão estarrecedor e desprezível quanto o protagonizado pelos dois companheiros em sua despedida do poder.

Acho que estou na lista

Suspeito que o Sr. Leo de Brito me inclua entre os ‘abutres’ do seu protesto digital. Se assim for, saiba ele que já me chamaram de coisa bem pior – e nem por isso me dei por ofendido.

Lição de La Fontaine

A propósito, a metáfora do deputado petista me fez lembrar uma das histórias de La Fontaine, que escrevia sobre os animais com a intenção de ensinar aos homens. À que me refiro se intitula “Os dois burros’, e tentarei resumi-la da seguinte forma: dois burros caminhavam lado a lado, carregando cargas diferentes. Um levava aveia e o outro, dinheiro. Este último, orgulhoso, fazia o percurso tomado pela vaidade.

Reviravolta

Eis então – prossegue La Fontaine – que surgem dois bandidos, se atiram sobre o vaidoso e lhe cobrem de pauladas para roubar a carga valiosa. Ileso, o outro burro adverte: “Amigo, nem sempre é bom ter emprego importante”. Moral da história: é melhor ter um trabalho humilde, mas digno, que ocupar altos cargos que nos façam virar saco de pancadas.

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