Com hospital superlotado e equipe reduzida, pacientes são obrigados a esperar atendimento em corredor

O Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) era, na noite desta sexta-feira (21), o retrato fiel da falência na política de saúde implantada pelo atual governo. O excesso de pacientes à espera de socorro médico e o desfalque na equipe de plantonistas agravaram ainda mais o drama de uns e a estafa de outros.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), Adailton Cruz, o setor de observação adulto, que dispõe de 22 leitos, estava, nesta sexta, com 70.

Adailton Cruz durante plantão no Huerb, nesta sexta: “Estamos vivendo o caos”/Foto: cedida

A superlotação fez com que a maioria dos pacientes fosse acomodada nos corredores do hospital. Além disso, apenas cinco plantonistas, de uma equipe formada por oito profissionais, eram obrigados a trabalhar dobrado para atender os enfermos.

“Há no corredor pacientes com hemorragia digestiva alta e doenças infectocontagiosas”, denunciou Adailton.

Segundo ele, a situação no Huerb é ‘muito grave’ e os servidores precisam se ‘desdobrar em dez para salvar vidas’.

Excesso de pacientes e falta de plantonistas foram a causa de muito transtorno/Foto: cedida

O presidente do Sintesac acrescentou ainda que tão difícil quanto atuar em um cenário de enormes demandas e tamanhas carências é ter de conviver com a ameaça de não receber o 13º salário e os plantões emergenciais, cuja quitação não está garantida.

Ameaça de greve

Em decorrência da impossibilidade de o estado quitar as obrigações salariais, o Sintesac resolveu convocar seus filiados para uma assembleia geral, a fim de deliberar sobre a possibilidade de paralisação das atividades laborais.

A radicalização tem por objetivo pressionar o governo a pagar o que deve aos profissionais da saúde estadual.

Divulgado nas redes sociais e nos grupos do aplicativo WhatsApp, o chamado feito pela entidade sindical informa que a assembleia será realizada na próxima quarta-feira, dia 26, às 16 horas, no auditório do Huerb.

Caso a greve se confirme, o que está ruim na saúde pública do Acre certamente ficará muito pior.

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