Convém dar a novos governantes uma trégua de 120 dias antes de criticá-los; Gladson virou exceção

Futuro porta-voz

O competente jornalista Rogério Wenceslau, âncora da TV Gazeta, foi anunciado nesta segunda-feira (17) como futuro porta-voz do governo de Gladson Cameli. A escolha não poderia ser melhor, dada a expertise do indicado.

Estilos diferentes

Cabe ressaltar ainda que o estilo do futuro porta-voz se diferencia do atual, o jornalista Leonildo Rosas, que adotou como método o que podemos chamar de ‘bateu, levou”. Sem qualquer intenção de criticar Leo – que é um amigo por quem nutro muita afeição e respeito –, a função será desempenhada, a partir de janeiro, de forma mais diplomática.

Dados biográficos

Rogério Wenceslau de Oliveira, de 41 anos, é casado e pai de uma filha. Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Campina Grande (PB). Ao longo da carreira, atuou em diferentes áreas do jornalismo em veículos de comunicação de várias regiões do país.

Acreano de coração

Natural do Rio de Janeiro, radicou-se no Acre há 10 anos, trabalhando para os veículos de comunicação da família Cameli em Cruzeiro do Sul como apresentador e diretor de jornalismo. Posteriormente migrou para a TV Gazeta, onde foi repórter, e hoje é apresentador e comentarista político. É neto de soldado da borracha, que migrou do Nordeste para o Acre – o que o faz orgulhoso por ter essa ligação ancestral com o estado.

Relação com a imprensa

Em conversa com a coluna, Rogério Wenceslau fez questão de defender a liberdade de imprensa, com a ressalva, porém, de que o bom jornalismo tem regras claras e precisa se pautar pelo respeito ao cidadão e pela obrigatoriedade da checagem incansável das informações. “A veracidade do que se publica depende do empenho do repórter”, ensina.

Canal aberto

Sobre o cargo que exercerá a partir de janeiro do ano que vem, Wenceslau assegura que sua atuação terá como base o direito à livre expressão, o diálogo incessante com os diferentes setores da sociedade e a busca pelo entendimento possível na relação entre o governo e a imprensa.

Pressa e imprecisão

Manda a tradição política brasileira que os governos eleitos tenham, a partir do seu início, pelo menos 120 dias de trégua por parte dos críticos de plantão. A lógica a sustentar esse prazo é baseada na pertinência de que as ações oficiais e seus resultados iniciais precisam ser analisados em sua eficácia e consequências.

Muito cuidado nessa hora

No caso do governador eleito Gladson Cameli (Progressistas), os críticos iniciaram o bombardeio antes mesmo de ele ter assumido o cargo. E como não há dados concretos a justificarem um juízo preciso, resvala-se em especulações que apequenam o jornalismo e induzem em erro o leitor.

Cheiro de conspiração

O anseio em fazer contra Cameli julgamentos precipitados decorre, talvez, de interesses insondáveis – inclusive de quem, mesmo integrando o grupo do futuro governo –, concorre para gerar instabilidade. É que em meio ao caos, as aspirações dos conspiradores se tornam, pelo menos em tese, mais factíveis.

Exagero

Afirmar, por exemplo, que Gladson terceirizou as obrigações do processo de transição de governo é de uma descortesia sem tamanho para com aqueles que compõem a equipe montada por ele para este fim. Não só pela formação técnica de cada um dos membros da equipe, como também pelo fato de não pesar sobre nenhum deles quaisquer suspeitas de ilicitude.

Precaução e caldo de galinha

E se o governador eleito evitou dar declarações públicas via imprensa ou usar as redes sociais para mandar recados sobre a reforma administrativa recém-detalhada, foi por pura cautela. Afinal, os que alardeiam seus planos antes mesmo de ter a certeza de que eles são exequíveis é porque se acostumaram à pirotecnia que nos levou, em 20 anos, ao atraso social e à estagnação econômica.

Rir é o melhor remédio

Por fim, criticar uma resposta da assessoria imprensa do governador eleito a uma matéria que contém incorreções – ao invés de reconhecer a imprecisão daquilo que foi ao ar – é outra maneira de antecipar juízos de valor sobre um governo que nem sequer começou. O fato, a propósito, faz lembrar aquela anedota na qual o marido flagra a esposa com o amante no sofá da sala e, indignado, toca fogo no móvel.

Contraponto

Mais grave que isso, no entanto, é a tentativa de desqualificar, em termos pejorativos, a jornalista que se limita a cumprir o seu papel profissional como assessora de imprensa do futuro governo – o que ela sempre fez com muita competência, elegância e respeito aos colegas de profissão.

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Convém dar a novos governantes uma trégua de 120 dias antes de criticá-los; Gladson virou exceção