Crítica – Aquaman: o Rei dos Sete Mares veio para ficar!

Ficha Técnica

Ficha técnica

  • Título: Aquaman
  • Ano: 2018
  • Data de lançamento: 13 de dezembro
  • Direção: James Wan
  • Classificação: 12 anos
  • Duração: 143 minutos
  • Sinopse: Arthur Curry descobre que é herdeiro do trono do reino subaquático de Atlântida, e precisa liderar seu povo e se tornar um herói para o mundo.

Aquaman: o Rei dos Sete Mares veio para ficar!

Aquaman - O Rei dos Sete Mares veio para ficar!

Aquaman/Arthur Curry, interpretado por Jason Momoa/Foto: Divulgação

Entre os heróis da DC Comics, nenhum nunca foi tão subestimado e humilhado quanto o Aquaman. O personagem tem um histórico controverso, se tornando motivo de piada entre os fãs, principalmente por conta de sua aparição em Super Amigos. Felizmente, nos Mundos da DC (Worlds of DC), a história é outra.

Desde sua primeira cameo em ‘Batman vs Superman: A Origem da Justiça’, o astro Jason Momoa sempre impôs respeito no papel de Arthur Curry. E por mais que tenha ficado escanteado em Liga da Justiça, agora ele tem um filme solo para chamar de seu, e é provavelmente o melhor longa de toda a franquia da DC nos cinemas.

Mera, interpretada por Amber Heard/Foto: Divulgação

Na trama, acompanhamos Arthur Curry reencontrando com Mera. Ele precisa impedir seu meio-irmão, o Mestre dos Oceanos, que deseja propor uma guerra entre Atlântida e o mundo da superfície. Nisso, o herói precisa confrontar os fantasmas de seu passado e encontrar seu lugar legítimo como um filho dos dois mundos.

Em sua jornada, ele descobre mais sobre seu passado e sua mãe, a Rainha Atlanna, além de reencontrar velhos aliados, como Vulko. E tudo isso em uma aventura que não perde tempo em mostrar as maravilhas submarinas de um reino jamais antes visto nos cinemas. E se alguém merece os aplausos por isso, esse alguém é James Wan.

Rei Orm (Mestre dos Oceanos), interpretado por Patrick Wilson/Foto: Divulgação

Conhecido por ser a figura por trás do universo de Invocação do Mal, Wan pode até ter se popularizado no terror, mas ganhou espaço dentro do cinema blockbuster ao dirigir o sétimo capítulo da franquia Velozes e Furiosos. Em Aquaman, ele nos proporciona a experiência mais épica – e ao mesmo tempo, mais autoral – da DC Comics desde a trilogia do Cavaleiro das Trevas.

A mão de Wan consegue ser, ao mesmo tempo, pesada e ter uma delicadeza sobrenatural. Os planos-sequência e as cenas de ação são um deleite para os olhos, enquanto suas técnicas inovadoras ajudam a compor um visual digno de grandes premiações, especialmente pela direção de arte impecável.

Arraia Negra/David Kane, interpretado por Yahya Abdul-Mateen II/Foto: Divulgação

Em termos de personagens, temos um filme recheado das figuras mais interessantes desse universo. Se o Arthur Curry de Momoa esbanja carisma e um ar badass incorruptível, a Mera de Amber Heard rouba a cena com sua majestosidade. O mesmo pode ser dito por Atlanna, brilhantemente vivida por Nicole Kidman.

O lado dos vilões também é bem servido. Por mais que o Rei Orm de Patrick Wilson seja um vilão que não sai muito de sua “zona de conforto”, o personagem tem nuances dramáticas que remetem às peças de William Shakespeare. Já o Arraia Negra, vivido por Yahya Abdul Mateen II é uma grande promessa para o futuro.

Rainha Atlanna, interpretada por Nicole Kidman/Foto: Divulgação

No entanto, não há como negar que o maior destaque de Aquaman está em sua deslumbrante concepção de mundo. Os cenários são espetaculares, e Wan consegue formular um estilo de gravação que, por mais que explore os aspectos “submersos”, consegue ser nítido, claro e bonito. Vale muito a pena ver em IMAX.

O design das criaturas e dos trajes atlantes também é digno de nota. O filme consegue – com perdão pelo trocadilho – te fazer mergulhar profundamente nesse universo, em um senso de imersão total. Há alguns deslizes no polimento dos efeitos visuais, mas nada que nos tire da obra, como outros filmes da franquia – alô, ‘Liga da Justiça’.

Vulko, intepretado por Willem Dafoe/Foto: Divulgação

Outro mérito encantador é o senso de aventura. Se, por um lado, filmes como ‘Homem de Aço’ e ‘Batman vs Superman’ apostam em climas mais densos e sombrios, e se ‘Mulher-Maravilha’ se apoia demais na história de origem, Aquaman já te coloca no meio da ação de uma forma bem acalentadora.

Por mais que a história não tenha nada de original, o roteiro de Davis Leslie Johnson-McGoldrick e Will Beall consegue reaproveitar o que há de melhor nos clichês cinematográficos, trazendo elementos interessantes – como um MacGuffin representado na figura de um tridente mítico – de uma forma bem mais engajante para o público.

Rei Nereus, intepretado por Dolph Lundgren/Foto: Divulgação

Contudo, vale dizer que, embora seja um filme perfeito dentro de si, ‘Aquaman’ apresenta várias pequenas contradições e paradoxos em relação aos filmes anteriores dos Mundos da DC – em especial, ‘Liga da Justiça’. Isso em momento nenhum conta como demérito ao filme, mas pode deixar alguns fãs incomodados.

A minha teoria é de que a Warner Bros. está ativamente tentando rejeitar tudo o que Zack Snyder fez para esse universo. Em vez de fazer um reboot completo, temos um retcon aqui e ali que mudam levemente a história aos poucos, enquanto a franquia ganha um redirecionamento bem longe do mundo caótico e fúnebre do diretor.

No geral, ‘Aquaman’ é, de fato, o melhor filme dos Mundos da DC, e já está dentro do pódio dos melhores longas de super-heróis do ano, ao lado de ‘Vingadores: Guerra Infinita’ e ‘Pantera Negra’. É um grande marco, especialmente se considerarmos o quanto o personagem era esculhambado pelo público, como dito no início da crítica.

E se você é fã de Mulher-Maravilha mas, assim como eu, acha que o final dá um deslize, pode ficar tranquilo: aqui, temos um longa que consegue manter sua qualidade do início ao fim, e mesmo com a explosão de CGI, em nenhum momento perdemos o foco no ponto principal da trama: os personagens e suas motivações.

Agora, nos resta esperar para ver o que teremos no futuro. O filme certamente deixa ganchos bem grandes para um segundo longa do herói, por mais que uma nova reunião da Liga da Justiça pareça fora de cogitação no momento. Por sorte, Arthur Curry veio para ficar, e ele definitivamente reclamou seu posto como Rei de Atlântida.

Se serve de aprendizagem, o filme mostra que, com o diretor certo e um roteiro amarrado, os Mundos da DC ainda podem representar uma franquia muito próspera nos cinemas. Além disso, é a prova concreta de que a Warner pode até vacilar nos filmes de equipes, mas ainda há bastante esperança para as aventuras solo de super-heróis!

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