Cabide
O diretor-presidente do Instituto de Previdência do Estado do Acre (Acreprevidência), José de Anchieta Batista, exonerou 15 pessoas que ocupavam cargo em comissão no órgão. As portarias, válidas a partir do dia 31 deste mês, foram publicadas no Diário Oficial do Estado do Acre (DOE) desta sexta-feira (28).
Presente de grego
Encarregado pela arrecadação e administração dos recursos destinados ao pagamento de aposentadorias, pensões e outros benefícios aos servidores públicos inativos do estado, o Acreprevidência é de onde deveria ter saído o 13º salário do pessoal da terceira idade. Mas como bem sabe o leitor, o governador Tião Viana (PT) mandou quitar apenas 50% do abono. A outra metade ele empurrou para o governador eleito Gladson Cameli.
Variação salarial
Os 15 exonerados, de acordo com as portarias publicadas no DOE, recebiam salários com valores entre R$ 2 mil e R$ 5,3 mil – correspondentes às CEC-2 e CEC-5, respectivamente.
Zorra total
Na coluna anterior mostrei não apenas que as indenizações trabalhistas dos secretários do atual governo chegam a quase R$ 50 mil, como também que a Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) pagou, em um único dia, mais de R$ 82 mil ao engenheiro florestal Ovídio Duarte Rocha, a título de consultoria.
Bola de neve
Segundo o site do Acreprevidência, até o mês passado eram 11.970 os aposentados e 2.983 os pensionistas na folha de pagamento do instituto. E esses números não param de subir, já que todos os meses são acrescidos novos nomes à lista de beneficiários.
Moita
O governo, como sempre, não revelou o total de servidores que amargaram o pagamento do 13º salário pela metade. Certamente porque esse dado agravaria a revolta coletiva contra o Sr. Tião Viana e o partido ao qual ele pertence.
Às escuras
Mais grave que isso, porém, foi ouvir a informação de uma servidora pública estadual que a ordem é não publicar mais nada no Portal da Transparência, depois que esta coluna revelou, em primeira mão, o pagamento, em forma de rescisão, de mais de R$ 49,7 mil ao secretário de Educação, Marco Antônio Brandão Lopes.
Buraco
Em suma, o governo dos companheiros não apenas nos jogou no buraco da falência como tenta nos impedir de calcular sua profundidade.
É bomba!
O alerta feito por um técnico que atua no setor de finanças estatal é capaz de nos dar uma noção do tamanho da tragédia fiscal resultante da irresponsabilidade na atual gestão. Me disse ele ontem o seguinte: “Se [o governador eleito Gladson] Cameli não fizer uma auditoria nas contas do estado, como prometeu, a bomba vai explodir em suas mãos”.
Águas turbulentas
Segundo minha fonte, o que se vê na superfície está longe de revelar o perigo das profundezas.
Déficit
Durante a coletiva de imprensa em que anunciou, na última quinta-feira (27), o pagamento de apenas 50% do 13º, Tião Viana tratou de buscar desculpas para o seu maior fiasco administrativo em oito anos de mandato. Entre elas a necessidade de transferência, todos os meses, de R$ 70 milhões do tesouro estadual para compor o Fundo Previdenciário.
Quem dá mais?
Ocorre, porém, que essa fatura foi dividida com os servidores do estado por meio de um projeto enviado à Assembleia Legislativa, em fevereiro de 2017. Pela proposta, aprovada com a ajuda dos deputados da base de apoio, a tunga sobre os proventos do funcionalismo passou de 11% para 14%, relativos aos descontos previdenciários – o mesmo percentual da chamada ‘contribuição patronal’.
Show dos milhões
Ora, se o governo passou a pôr mais recursos no Instituto Previdenciário do Acre, ao tempo em que obrigou os servidores a fazerem o mesmo, por que cargas d’água faltou dinheiro para pagar o 13º dos aposentados e pensionistas? O leitor que me perdoe a franqueza, mas eu não apenas ignoro a resposta como estou certo de quem precisa responder à pergunta é sua excelência, o governador do PT.
