Recentemente o Banco Mundial criou um novo índice para mensurar os retornos dos investimentos dos países em capital humano, o ICH. As conclusões deste estudo merecem atenção imediata de todos os brasileiros, pois traz resultados que devem deixar todos em estado de alerta.
O estudo concluiu que – dadas as condições existentes e se o curso das ações se mantiver – grande parte das crianças nascidas hoje no Brasil, ao atingirem 18 anos, terão alcançado apenas pouco mais de 50% da sua capacidade de produção e desenvolvido apenas metade de seu potencial. Isso poderá dificultar fortemente a inserção destes jovens no novo mercado de trabalho que primará por conhecimento de alto nível e qualidade nos resultados. E prejudicará não apenas seu futuro profissional, mas também a competitividade do país como um todo, por ser algo sistêmico e generalizado.
No futuro ter apenas um diploma, não importando a procedência, deixará de ter importância. Hoje já temos a realidade onde um diploma até abre portas, mas somente os resultados permitem que o profissional se mantenha na vaga conquistada e é justamente a performance superior que faz com que seja promovido e alcance o tão buscado aumento de salário. Agora é o momento adequado para refletirmos sobre isso, não apenas porque estamos chegando ao final de mais um ano, em que as pessoas fazem suas promessas e tomam resoluções para o próximo, mas sim porque estamos chegando a um momento único onde as transformações no mercado de trabalho e ambiente de negócios como um todo irão se acelerar muito. Ao planejar seu futuro profissional, a educação de qualidade merece muita atenção e deve ser o maior investimento, pois fracasso ou sucesso serão também consequência desta decisão.
Os brasileiros como um todo irão descobrir aquilo que alguns já descobriram, e que os europeus já sabem há muito tempo: que educação de qualidade é o melhor investimento.
A ideia do índice de capital humano é de que crianças com acesso a boas condições de saúde e educação tendem a atingir um melhor desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, chegando mais preparados ao mercado de trabalho. O país está posicionado na 81.ª colocação em um ranking de 157 nações – atrás de países como Chile, México, Argentina, China, Rússia e Turquia, e próximo de nações ou territórios como Cisjordânia e Faixa de Gaza, Filipinas e Kosovo.
No futuro (e isto significa alguns poucos anos), esta realidade será ainda mais forte. Diplomas de instituições renomadas internacionalmente ainda serão importantes, pois se trata de uma marca relevante sendo associada e dando relevância a sua marca pessoal, mas a qualidade do conhecimento e as competências desenvolvidas serão preponderantes e terão ainda mais importância. Os brasileiros como um todo irão descobrir aquilo que alguns já descobriram, e que os europeus já sabem há muito tempo: que educação de qualidade é o melhor investimento. E se for de nível internacional, ainda melhor, pois o raciocínio é lógico: não dá mais para competir, em um mundo cada vez mais globalizado, com técnicas puramente nacionais. Nosso país tem gente inteligente e competente, se conseguirmos desenvolvê-las ao máximo, isso somado a todos recursos que possuímos, permitirá que atinjamos um nível superior, nunca antes alcançado. A possibilidade está nas mãos e nas escolhas de cada um de nós.
A escolha da instituição de ensino e de um caminho de aprendizagem avançada, focada em qualidade, é fundamental para uma formação profissional globalizada, que prepara o aluno para enfrentar os desafios de empresas cada vez mais conectadas com o mundo. A formação inserida em um contexto internacional traz motivação e visão de futuro, essenciais para a formação de um profissional completo, atualizado e estratégico. Procurar por soluções de menor custo – que não desenvolvem as habilidades e competências, levando-as a um nível de excelência – é algo que tem um preço muito alto a médio prazo.
Alexandre Weiler é especialista em carreira e planejamento de negócios da ESIC Internacional.