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Opinião: “Novos meios para os mesmos fins”

Por POR ADILSON CARVALHO

O processo de ensino é marcado pela existência de alunos e professores. É o ciclo natural de transferência do conhecimento, que visa mitigar a necessidade da redescoberta a cada nova geração. A necessidade de um preceptor vem de tempos em que os meios escritos eram inexistentes ou raros, tornando indispensável a necessidade de um mestre presente.

Com a escrita, abriu-se a possibilidade para um ensino no qual discentes e docentes possam estar separados física ou temporalmente de um mesmo ambiente. Agora podemos ter contato com o conhecimento dos mestres de outrora ou de acolá, e sermos por eles educados. Soa belo, mas nem sempre é assim fácil, motivo pelo qual as crianças vão às escolas para estudar, e não somente às bibliotecas. Desde os primeiros anos necessitamos de acompanhamento, e este deve se tornar menos necessário com o passar do tempo; afinal, o ensino deve orientar para a independência e a autossuficiência na busca pela verdade. Se não o faz, não cumpriu sua finalidade última.

Agora podemos ter contato com o conhecimento dos mestres de outrora ou de acolá, e sermos por eles educados.

O processo de aprendizado é algo muito pessoal, e as tentativas para sua normalização deveriam ser vistas como deméritos. É, sim, fundamental ter metas muito claras, específicas e de valor, que serão perseguidas com todo afinco, mas com flexibilidade nos meios, fazendo uso do que melhor se adapta à situação de cada aluno. E isso nos traz para uma nova realidade, a de que o melhor método, o melhor professor, aquilo de que o aluno realmente precisa, algo ou alguém que não estaria acessível na sua sala de aula, hoje pode estar não somente lá, mas em sua própria casa – mérito de novos materiais e serviços educacionais que encontraram na internet sua maior aliada.

Desde o ensino básico, devemos ficar atentos aos benefícios da adoção de instrumentos de educação a distância, o que hoje significa muito mais do que receber materiais impressos ou assistir a vídeos ao vivo ou gravados. Estas são as dimensões mais conhecidas e amplamente utilizadas na educação a distância, que seguem um modelo normativo em que o mesmo conteúdo, de uma mesma forma, é usado para todos. Funciona em alguma medida, mas tem seus problemas para com os alunos que não conseguem se enquadrar nela; precisamos também ficar atentos, pois estamos ingressando em um novo tempo para a educação a distância: o da educação individual, feita especificamente para o aluno.

Encurtando distâncias: O contato humano continua sendo essencial (artigo de Douglas Gasparin Arruda e Sissi Valente Pereira, mestres em História e professores da Escola Alemã de Curitiba-Deutsche Schule Curitiba).

Estas plataformas e aplicativos de ensino, umas de currículo mais abrangente, outras mais especializadas, conseguem reunir conteúdo de qualidade em múltiplas mídias, aliando inteligência artificial para se adequar individualmente às necessidades de cada aluno. Atualmente, os algoritmos são capazes de se adequar à forma de aprender do aluno de acordo com as informações alimentadas a cada tópico e a cada exercício, tornando o ensino mais personalizado e eficaz.

Quando dizemos que o mundo muda, o que realmente muda e evolui são os meios, métodos e formas disponíveis, muito mais do que as finalidades, que geralmente se mantêm as mesmas, e na educação não é diferente. Seguimos a buscar o mesmo fim último da educação, mas podendo contar com novos meios de ensino com que grandes mestres de outrora jamais sonharam dispor.

Adilson Carvalho é engenheiro de software, trabalhou em sistemas de marketing comportamental na internet e pesquisa sistemas inteligentes aplicados à educação.

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