18 de abril de 2024

Protesto de madeireiros obriga Ibama a fugir de cidade do AM

Em reação contra uma operação do Ibama, funcionários de madeireiras autuadas por irregularidades ambientais realizaram um protesto em Manacapuru (99 km de Manaus). Por medida de segurança, os fiscais deixaram a cidade antes que a marcha chegasse ao hotel onde estavam hospedados.

Durante a manifestação, alguns carregavam cartazes mencionando o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que tem acusado o Ibama de praticar “ativismo ambiental xiita”.

Desde a semana passada, o Ibama interditou 11 madeireiras da cidade. A operação teve o apoio da Polícia Federal, que prendeu em flagrante um empresário após a fiscalização ter encontrado madeira serrada não declarada no sistema DOF (Documento de Origem Florestal).

/Foto: Reprodução

Segundo o Ibama, madeireiras usam toras extraídas ilegalmente para fabricar pallets, usados principalmente pelas indústrias de bebidas da Zona Franca de Manaus.

Funcionários do Ibama e do ICMBio têm relatado aumento da hostilidade contra fiscais na Amazônia desde a eleição de Bolsonaro, incluindo carros incendiados e ameaça de morte.

O presidente eleito se tornou feroz crítico dos órgãos ambientais depois de ter sido autuado em R$ 10 mil por pescar dentro de uma unidade de conservação, no litoral do Rio de Janeiro. O caso ocorreu em 2012, mas a multa nunca foi paga.

Em entrevista recente à Folha de S.Paulo, a presidente do Ibama, Suely Araújo, disse que o discurso de Bolsonaro “é uma apologia à irregularidade, a achar que seguir as normas ambientais é desnecessário, é frescura, é coisa de quem quer atrapalhar o desenvolvimento do país”.

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