O delegado aposentado, Valter Prado, concedeu entrevista ao ContilNet e se colocou à disposição do futuro governador do Acre, Gladson Cameli, segundo ele, não para assumir a pasta da Segurança Pública, mas para comandar um grupo de elite que ele próprio irá formar e garantir pôr fim à criminalidade no estado.
Valter Prado, quando na ativa, comandou uma Força Tarefa na então gestão do governador do Acre, Jorge Viana, na década de 90, e conseguiu reduzir significativamente os índices de violência no estado, onde a elucidação dos homicídios era quase de 100%. Prado foi inclusive, apelidado pela população acreana de Xerife, dado a sua linha dura e correta no combate ao crime.
“Estou me colocando à disposição do Gladson para me desaposentar e ajudar no combate o crime. Pretendo formar uma equipe com dois delegados e vinte agentes. Iremos adotar toque de recolher para a vagabundagem. Às quintas, sextas, sábados e aos domingos. Vagabundo que passar das 22h da noite na rua, vai para a cadeia”, garante Valter Prado.
Em relação às Audiências de Custódia, alvo de críticas sobre soltar presos em menos de 24 horas, Prado explicou que, pela Lei Penal, um delegado pode solicitar a detenção de um suspeito por até 15 dias para que esse seja investigado.
“A Lei é clara. Se o sujeito presta, é claro que ele vai ser solto após um trabalho de investigação. Agora se o vagabundo não presta, é irrecuperável, a gente tem que mandar ele pro além e ir bater um papo com o capeta”, explica o delegado aposentado.
Obtendo o aval do futuro governador para criar o que denomina de “Grupo de Elite”, Valter Prado garante que, num curto espaço de tempo, a sociedade terá de volta a sensação de segurança e paz com a redução da criminalidade.
“Se em seis meses eu não conseguir fazer o que digo, eu mesmo irei pedir para sair. Peço minha demissão. Eu só quero contribuir e ajudar. Temos as melhores polícias, Civil e Militar, do Brasil. Os melhores agentes. O que falta é dar a esses guerreiros, autonomia para trabalhar”, diz.
Prado lamentou também que hoje no Acre, a grande maioria dos crimes estão impunes.
“Hoje nós temos no Acre mais de 500 homicídios sem resposta. Crime tem que ser elucidado. Investigar é igual procurar uma agulha no palheiro e se eu procuro, pode ter a certeza que eu vou encontrar e nada ficará impune, até porque a sociedade precisa de respostas”, finalizou.