Vencedor na disputa pela primeira secretaria da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB) disse à reportagem do ContilNet, que agora seu partido pleiteia a presidência da Comissão de Segurança Pública e Combate à Violência, com o deputado Cadmiel Bonfim (PSDB), que é sargento da Polícia Militar do Acre.
“O deputado Cadmiel é da área de segurança e, automaticamente, nós trabalharemos para que ele seja presidente da Comissão de Segurança porque é a área que ele conhece. Vai ser bom para ele, vai ser bom para a Casa e é bom para o governo que vai ter um parlamentar presidente de uma Comissão de uma área que ele conhece.”, defendeu.
As comissões foram formadas na última quinta-feira (14), após a composição dos blocos partidários na Aleac e as articulações agora giram em torno das eleições de presidente e vice-presidente de cada uma. O que deve acontecer, na próxima terça-feira (19).
Além do deputado Cadmiel, compõem a Comissão de Segurança os deputados: Neném Almeida (Solidariedade), Roberto Duarte (MDB), Gehlen Diniz (Progressistas) e Edvaldo Magalhães (PC do B).
Relação com Roberto Duarte
Assumidamente da base aliada do governo de Gladson Cameli (Progressistas), Luiz Gonzaga foi preferido para ocupar o segundo mais importante cargo do Legislativo, depois da presidência, numa acirrada disputa com o deputado estadual Roberto Duarte (MDB), que também pleiteava o assento. Ele avaliou como natural o processo que preteriu o emedebista e não vê resquícios do que aconteceu em seu comportamento como um dos mais críticos ao governo do Estado desde o início dos trabalhos legislativos.
“Todo mundo quer ocupar os espaços e com o PSDB não é diferente, mas o importante é que houveram muitas conversas e eu tinha a vantagem de ser um parlamentar com mais mandatos do que o Roberto e além disso ter uma convivência maior com os colegas. Então, isso facilitou que eu fosse escolhido por eles. Não foi questão se ser melhor ou pior que o Roberto. Ele também é um parlamentar exemplar, temos visto a atuação dele. Agora, em relação aos trabalhos aqui na Casa, nessa relação com os deputados do MDB, há as divergências, mas os parlamentares se entendem. As divergências são de espaço, mas convivemos e precisamos ter uma boa convivência de amizade, consideração e respeito um pelo outro e isso nós temos.”, analisou.
Questionado a opinar, enquanto membro da base aliada, se a postura crítica de Roberto Duarte ao governo seria por ressentimento, Gonzaga, disse não acreditar nisso. “Cada parlamentar tem sua estratégia. Ninguém está aqui por estar, então o Roberto está executando a estratégia dele. Desde o começo, bem antes da questão da Mesa, ele já se manifestava dizendo que iria ser um parlamentar independente então essa estratégia ele não montou agora. Tudo isso é normal, natural, eu acho até salutar.”, minimizou.
Sobre Ney Amorim
Perguntado se atribuía o resultado da eleição da Mesa como obra de articulação do ex-deputado Ney Amorim, ex-presidente da Aleac, ex-petista e nomeado recentemente para a Secretaria de Assuntos Extraordinários e Estratégicos do governo de Gladson Cameli, Luiz Gonzaga disse que na composição houveram “grandes participações”.
“O deputado Nicolau trabalhou, eu trabalhei e o deputado Ney Amorim também ajudou a chegarmos a essa composição, mas a discussão foi muito boa entre os parlamentares. Principalmente os antigos e alguns que estavam voltando para a Casa e conhecem o funcionamento da Assembleia Legislativa.”, ressaltou.
Gonzaga lembrou que nos últimos governos não estava havendo disputa nas eleições da Mesa Diretora da Casa, mas composições. “Foi assim com o Petecão, depois com o Edvaldo [Magalhães] e, por último, com o Ney.”, disse referindo-se aos mais recentes presidentes da Aleac. “A vantagem é que tanto oposição, quanto situação tem seu assento na Mesa e responsabilidade com a Casa também. Não adianta colocar a responsabilidade só na situação e deixar a oposição de fora. Nós somos um conjunto e todo mundo tem que estar na discussão e participar da administração da Casa.”, completou.
Luiz Gonzaga é um dos que engrossa a fileira que apoia a presença de Amorim no governo de Gladson Cameli para tratar dos assuntos políticos. “Ele tem uma vantagem muito grande. Ele tem acesso, relacionamentos tanto na oposição, quanto na situação e o governo precisava de alguém que tivesse essa capacidade e ele tem. Até porque uma das dificuldades do governo é essa. Perdeu a eleição no Sebrae [Serviço de Apoio à Pequena e Micro Empresa] e na Fieac [Federação das Indústrias do Estado do Acre] e com a participação dele ganhamos na Assembleia. Então o Ney é muito competente nessa articulação. A escolha é consenso no PSDB e muitas outras pessoas, como o deputado Nicolau Jr [Progressistas, presidente da Aleac], que conhecem a capacidade do Ney e a necessidade do governo, tem a consciência de que ele é um quadro necessário.”, concluiu.