‘Despetização’ é apenas parte do problema em um governo engessado pela burocracia

Freio de mão

Se as contas públicas vão mal das pernas, a criação de um conselho no governo estadual com a atribuição de analisar as demandas dos órgãos estatais e decidir por autorizar ou não as despesas delas decorrentes tem emperrado a máquina pública e afetado a economia local.

Super poderes

Formado por quatro integrantes do staff da gestão de Gladson Cameli, e abrigado na Secretaria de Fazenda (Sefaz), o tal conselho tomou para si a prerrogativa de analisar todas as solicitações de despesas dos órgãos que compõem a administração pública estadual.

Parece bom, mas…

Ainda que pareça prudente a criação de um ‘crivo’ por onde devam passar as requisições para a aquisição de material de consumo, contratação de serviços e emprego temporário de mão de obra especializada, na prática a teoria é outra.

Marcha lenta

Secretários de estado, diretores e chefes de departamento têm reclamado da morosidade do ‘conselho’ em autorizar os gastos – sem os quais os servidores ficam de mãos atadas e a máquina pública, como um todo, passou a funcionar em marcha lenta.

Transbordo

A insatisfação com a medida, por sinal, extrapola os limites do serviço público e já atinge empresários, que têm o governo como cliente principal.

Colateral

É que a lentidão das decisões, por parte dos ‘conselheiros’, acaba por adiar as compras e as contratações de serviços. E sem a perspectiva de que o dinheiro circule, a ameaça das demissões começa a rondar o comércio.

Receita reprovável

Entende-se a eventual preocupação do governador em manter sob controle os gastos públicos, mas a receita inventada por sua equipe econômica tende a estragar o angu.

Dever de casa

O desafio consiste em achar um meio termo entre a otimização da receita e a necessidade dos gastos. Sob o risco de se ampliar o buraco para o qual fomos empurrados pela crise econômica.

Reação em cadeia

Com a divulgação de que mais petistas haviam sido nomeadas para cargos em comissão no governo, no último final de semana, as redes sociais fervilharam de repúdio e indignação.

Com exclusividade

Um dos casos foi revelado com exclusividade pela coluna: a da militante Josinete Gomes Brasil, egressa do governo de Tião Viana, no qual exercia função relativa a uma CEC-1. Recebida na gestão de Cameli, Josinete foi inclusive promovida a uma CEC-6.

Recuo

Ante a repercussão negativa, o vice-governador Major Rocha, que na ausência do titular assinou os decretos de nomeação de Josinete – e também de Tayle Maria Sena Dourado, esposa do ex-presidente da Empresa Municipal de Urbanismo de Rio Branco (Emurb) Jakson Marinheiro –, cuidou de solicitar a revogação dos atos administrativos.

Escusas

Por meio de uma postagem no Facebook, Rocha afirmou ter subscrito as nomeações a pedido de um deputado da base aliada na Assembleia Legislativa. E alegou – com razão – que não havia como saber quem eram todos os apadrinhados pelo parlamentar.

Guilhotina

Horas depois de anunciar a decisão de anular os decretos, a coluna recebeu cópia de um documento assinado pelo governador Gladson Cameli revogando a nomeação de Josinete Brasil. O texto deverá ser publicado no Diário Oficial desta terça-feira (27).

Guilhotina 2

A Sra. Tayle Dourado também acabou despejada dos quadros da administração pública estadual, conforme, também, publicação no Diário Oficial. Outros nomes de pessoas ligadas ao PT ou ao governo anterior estão na fila das exonerações.

Pente fino

Gladson ordenou uma operação pente fino nos órgãos públicos para detectar mais vermelhos travestidos de azul. A promessa, portanto, é de que estará em curso, afinal, a despetização do governo.

Expurgo

Convém que Gladson expurgue, sim, os indesejáveis, sob pena de se ampliar o desgaste político que o assunto lhe tem acarretado. Mais do que isso, seria de bom alvitre que também identificasse quais dos seus subordinados são responsáveis pelo ingresso de tantos petistas na atual gestão. E a eles apontar a porta de saída.

Registro

A coluna faz questão de registrar o louvável desempenho do jornalista Rogério Wenceslau no exercício da função de porta-voz do governo. Eficiência e muita disposição em atender aos colegas de imprensa se juntam à sua expertise profissional, não apenas já comprovada por meio de sua atuação como âncora de TV, como também endossada, aos milhares, pelos telespectadores.

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