Empresário que um dia foi seringueiro diz que extrativismo e florestania são inviáveis

“A Fazenda Mariana”, foi a propriedade utilizada como piloto do programa de incentivo e abertura ao agronegócio no Acre promovido pelo governo do Estado e com o apoio do governo federal, razão da visita nesta sexta-feira (22) da ministra da Agricultura Teresa Cristina para a colheita das primeiras toneladas de soja plantada em território acreano, pertence ao empresário Raiolando Costa de Oliveira, 63  anos, natural de Sena Madureira. Acreano do “pé rachado”, como se diz na gíria local, e seringueiro na infância (“acho que eu tinha oito para nove anos, quando deixei o seringal”), hoje ele é visceralmente contra o extrativismo e outras ideias de ambientalistas que se contrapõem à proposta do governador Gladson Cameli de abrir o Acre para o agronegócio. “Eu já nasci empresário. Desde os 12 anos que eu empreendo e mesmo quando cortava seringa, já achava que aquilo não é vida”, disse.

Empresário ao lado do governador e ministra/Foto: Odair leal- Secom

Para ele, o Acre não tem outra saída senão o agronegócio nos moldes propostos por Gladson Cameli e apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo declarou, no Acre, sua ministra de Agricultura, a deputada licenciada Teresa Cristina. “Eu acho que não há outra saída para o desenvolvimento do Acre. Em todo lugar do mundo prevalece o agronegócio. Essa ideia de vender florestania, biodiversidade e extrativismo, isso não funciona”, disse.

Raiolando Costa disse que não mudou de lado só porque saiu da condição de ex-seringueiro para a de empresário, um dos maiores do Estado, com negócios em diversos ramos da economia local. “Eu já cortei seringa mas sempre pensei como penso agora. Eu pergunto: quem é que quer ver seu filho lá no meio do mato, subindo numa seringueira, para cortar seringa, como eu fiz quando tinha pouco mais de oito anos¿”.

A atividade de seringueiro ou extrativista, segundo o empresário, não rende um salário mínimo por mês. “Aquela época áurea da borracha acabou faz muito tempo”, disse.

O empresário também falou sobre as críticas de setores ambientalistas os quais dizem que o agronegócio seria inviável no Acre, principalmente em relação ao plantio de soja, que causaria a devastação da floresta. “Eu discordo disso e sou a prova de que o Acre é um lugar apropriado para o plantio de soja. Veja que que aqui eu não tenho, ainda, tecnologia nenhuma para agricultura e estou colhendo agora a média de 74 sacas de soja por hectare –  e não é saco de 50 quilos não, porque quando se fala em soja os sacos são de 60 quilos. Estamos acima da média nacional, que é de 50 sacas por hectare”, disse. “Se tivermos apoio e tecnologia, vamos superar a média nacional com até 80 sacas por hectare”, acrescentou.

 

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