Na tarde desta quinta-feira (7), o governador Gladson Cameli, junto com sua equipe econômica, reuniu a imprensa para detalhar, após um longo estudo, a real situação financeira do Estado. O rombo do orçamento financeiro do Estado é de R$581.144.838,43. Este valor trata-se de arrecadação própria, ou seja, o Estado gasta mais do que arrecada.
Apesar de o governo anterior ter anunciado que estava deixando o Acre com dinheiro em caixa, o secretário de Planejamento, Raphael Luiz Bastos Júnior, afirmou que não havia nenhum dinheiro garantido. “Foi ao estudar o histórico de arrecadação que chegamos na receita real que nos trouxe a projeção de que havia informações que não condizem com a realidade. Foi dito que haveria R$ 449 milhões, sendo que não existe nenhuma materialidade deste valor já que trata-se de dinheiro oriundo de uma ação judicial que pode ser julgada este ano e podem não ser. Não passam de números em um papel”, explicou.
Cameli disse que mesmo com as medidas tomadas pelo seu governo para contenção de gastos, o momento é de grande dificuldade. “Fizemos contingenciamento de 15% em todas as secretarias, a nossa reforma administrativa resultou na diminuição de 55% na máquina pública que ao fim do ano vai representar uma economia que supera R$ 1 milhão”, lamentou.
DÍVIDAS HERDADAS
As dívidas herdadas ultrapassam os R$230 mil. Segundo o secretário de Planejamento, apenas com pessoal, o atual governo herdou do anterior uma dívida de R$ 106 milhões referentes a 13º, rescisões, progressões e outras despesas. E de restos a pagar, existem mais de R$ 120 milhões em dívidas com fornecedores que não foram pagas pelo governo de Tião Viana (PT).
As dívidas não reconhecidas, somam R$ 234 milhões, contabilizando apenas as que foram notificadas, mas, de acordo com Bastos, ainda devem aumentar já que só com terceirizadas, há um volume de mais de R$ 10 milhões.
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PRIORIDADE DE INVESTIMENTOS
Educação e saúde são despesas obrigatórias, e o governo vai priorizar a segurança pública que inclui combustível, mão de obra, parcelamento de despesas elétricas e outros. “Todos os demais gastos e despesas das demais secretarias, as despesas estão suspensas, serão feitas em conformidade com o caixa financeiro, acompanhados pela Secretaria da Fazenda”, explicou Bastos.
Cameli explicou ainda que pretende concluir todas as obras inacabadas que já estão com o investimento garantido, oriundo de empréstimos federais feitos ainda no governo de Tião, como é o caso da Upa de Cruzeiro do Sul, Huerb, Into, e o Hospital de Brasileia que ainda não está concluído, apesar de ter sido entregue. “Nossa meta é colocar para funcionar, não só entregar as obras”, declarou o governador.
Gladson destacou que é necessário o empenho de todo os poderes e pediu paciência à população. “Minha meta é colocar tudo aquilo que prometi nas eleições em prática, estou otimista, pois sei que tudo vai se resolver mas preciso de tempo. Peço o empenho dos funcionários públicos, que nos ajude pois problemas tem em todas as áreas”