Valdir Perazzo: ser ou não ser oposição ao governador Gladson Cameli?

Glória Álvares, jovem cientista política guatemalteca, é uma das principais vozes da América Latina contra o populismo de esquerda. Entrevistada pelo programa “Roda Viva”, contou que ficou assustada ao constatar que os adversários de Hugo Chaves, são também socialistas.

O partido de Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, é filiado à Internacional Socialista. Eis o paradoxo! Combater o socialismo de Maduro sendo também socialista!

Valdir Perazzo e Gladson Cameli/Foto: reprodução

Acompanho a política acriana há 20 (vinte) anos. Constatei aqui no Acre, o mesmo fato constatado pela cientista política guatemalteca com relação à Venezuela. Os políticos acrianos que faziam oposição ao PT, também eram socialistas.

E aí, assistia razão ao PT ao dizer que a oposição não tinha projeto. O PT tinha um projeto socialista em marcha, durante uma vintena de anos, mas, a oposição não tinha um projeto liberal conservador para substituir o projeto ao qual se opunha. Disputava apenas cargos.

Podemos até dizer que essa situação se verificava em todo o Brasil. O PT e o PSDB que se alternavam no poder, nos últimos 30 anos, são dois partidos socialistas.

Não havia um partido de Direita que, em condições competitivas, disputasse o poder, até surgir a candidatura liberal conservadora do atual presidente Bolsonaro.

Diante dessa constatação, eu e o empresário Fernando Lages, criamos o Movimento Liberal do Acre, ainda no ano de 2015. Tínhamos como objetivo criar uma mentalidade liberal conservadora, em oposição à mentalidade socialista hegemônica existente no Estado.

Era ainda nosso escopo suscitar um debate de um projeto liberal que pudesse ajudar os políticos de oposição a formularem um discurso oposto ao socialismo/comunismo.

Pois bem. O que nos moveu foi um princípio. Criar condições no Estado de se pensar um novo projeto de livre mercado.

Advogado Valdir Perazzo/Foto: reprodução

Um projeto de livre iniciativa, com ênfase no agronegócio, posto que, foi essa atividade, ainda em meados dos anos 70, sob o governo Francisco Wanderley Dantas, que o Acre começou a conceber um projeto de desenvolvimento, com pretensão de integração do subcontinente (América Latina), visando exportar pelo Oceano Pacífico, projeto esse que foi barrado pela mentalidade socialista/ambientalista que se consolidou com a criação do PT em 1980.

Feita essa longa introdução, vou ao ponto fulcral. Antes mesmo das eleições de 2018, ainda nos idos de 2015, quando criamos o Movimento Liberal Conservador do Acre, defendíamos a tese de que, para vencer a situação, deveríamos concorrer com pluralidade de candidatos ao governo estadual, e unidade de programa liberal conservador.

Entendíamos que essa tática seria eficaz para derrotar o partido situacionista e seus aliados. Razão pela qual, eu e o empresário Fernando Lage, apoiamos o candidato do Partido do Presidente.

Para não haver dúvida de que sempre agimos movidos pelo princípio (liberal), e não buscando vantagens pessoais, dou aqui um depoimento e invoco o testemunho de Fernando Lage e do próprio governador.

Fomos recebidos pelo então Senador Gladson Cameli em seu escritório político de Rio Branco. O Governador nos disse que gostaria de ter o apoio do Movimento Liberal Conservador do Acre.

O Governador ainda me procurou uma segunda vez no meu escritório. Explicamos. Senador, podemos contribuir mais com a oposição no Partido do Presidente Bolsonaro, evitando controvérsias desnecessárias no meio dos que acreditam no projeto liberal. No segundo turno estaremos juntos. Se houver vitória no primeiro turno, de qualquer um dos candidatos, quem for derrotado ajudará a governar.

Como Presidente da Comissão Provisória Municipal do Partido Social Liberal (PSL), de Rio Branco, continuei defendendo o princípio em que sempre acreditei, isto é, o Acre precisa de um projeto liberal conservador para retomar seu crescimento e progresso.

O Governador Gladson Cameli, em todas as vezes que com ele conversei (dou esse testemunho), tem defendido que seu governo é liberal conservador, na mesma trilha do governo Bolsonaro, e que vai dar ênfase ao agronegócio.

Eu, como presidente da Executiva Municipal de Rio Branco, e Fernando Lage, como vice-presidente estadual do PSL, continuamos defendendo tudo aquilo em que acreditávamos, desde o ano de 2015, quando criamos o Movimento Liberal Conservador do Acre.

Continuamos defendendo que O PSL não poderia ficar na oposição ao Governo Gladson.

Especialmente eu, passei a ser alvo de acusações de que estaria, ao defender o Governo Gladson, buscando interesses pessoais. Pleiteando cargos.

Para não criar nenhum constrangimento ao Partido, renunciei ao cargo que me foi confiado pelo presidente regional, Pedro Valério, a quem agradeço a confiança.

Não serei oposição ao Governo Gladson! Não contribuirei para o restabelecimento de um projeto (Florestania), que durante uma vintena de anos, com todos os riscos, a ele me opus!

*Valdir Perazzo é advogado e um dos idealizadores do Instituto Liberal do Acre – ILAC, idealizador do Instituto Liberal do Sertão – ILS

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