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Afastado do Acre e da política, Aluísio Bezerra reaparece em Brasília, como cadeirante

Por TIÃO MAIA, DO CONTILNET

Vítimas de seguidos acidentes vasculares e cerebrais, males por certo decorrentes de sua idade avançada (já são mais de 80 anos) e de uma vida dedicada à militância política e partidária, o ex-senador, ex-deputado federal e ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, há anos vivendo fora do Acre, continua em combate. Sua luta agora é pela sobrevivência com um mínimo de qualidade de vida, já que agora, para se locomover, precisa de uma cadeira de roas. Mas está vivo, e isso é o que importa a seus amigos e à legião de admiradores que ele deixou no Acre, estado onde nasceu, às margens do rio Amônea, no Alto Juruá, e ao qual se dedicou como poucos homens públicos.

Ele foi visto na semana que passou passeando, ainda que com ajuda de familiares, em Brasília, quando foi fotografado. Advogado que frequentou a nada desprezível universidade de Sorbone, em Paris (França), Aluízio ingressou na vida política em 1974, como primeiro suplente de deputado federal pelo MDB. Em 75, fundou o diretório municipal do MDB em Cruzeiro do Sul, assumindo a presidência do partido.

Aluísio Bezerra foi um combativo militante da política acreana/Foto: reprodução

Em 1978, elegeu-se deputado federal pelo MDB. Com o fim do bipartidarismo, em novembro de 1979 filiou-se ao PMDB, passando a compor a chamada ala histórica do partido, sob as bênçãos do lendário Ulysses Guimarães. Com o apoio de integrantes do PCdoB e do PCB elegeu-se mais uma vez deputado federal em 1982. Em 1986, foi eleito senador pelo Acre.

Bezerra, que votou pelo impeachment de Fernando Collor, tentou a reeleição para o Senado em 1994, mas não obteve êxito. Dois anos depois, foi eleito prefeito de Cruzeiro do Sul, entretanto, foi derrotado ao buscar uma reeleição, quando decidiu encerrar sua vida política e passou a apoiar à carreira política de sua mulher, Zila Bezerra, três vezes deputada federal pelo Acre e eleita prefeita de Cruzeiro do Sul em 2004.

Nos anos de chumbo da ditadura militar, quando muitos se calavam por conveniência ou covardia, a voz de Aluísio Bezerra era uma das poucas que se ouvia em defesa das liberdades individuais e do retorno do país à vida democrática. Embora que lhe sejam apontados inúmeros defeitos, quem o conhece sabe que por onde ele vai, ainda que de forma claudicante, caminha um democrata verdadeiro.

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