Albuquerque Engenharia e investidores vão à Justiça por obras inacabadas em Rio Branco

Susto comunista

Com o Carnaval e mais o feriado do Dia da Mulher, Dia 8, a maioria dos políticos acreanos, senão todos, aproveitou a semana de feriado para férias, se merecidas ou não, cabe ao leitor julgar. Uns, os mais tradicionais, foram para as praias do Nordeste ou do Rio de Janeiro. Outros, os mais alternativos, preferiram o exterior, aqui na fronteira, caso do Peru. O deputado Edvaldo Magalhães (PCdo B), em companhia da esposa, deputada federal Perpétua Almeida, preferiu o Peru, mais precisamente a cidade histórica de Cusco.

Estaria tudo bem se o casal de comunistas não tivesse chegado à cidade junto com um terremoto de 7.0 graus na Escala Richter, que abalou o Peru, embora sem o registro de vítimas, deixando muita gente assustada, principalmente os visitantes brasileiros, poucos acostumados à situação.

Recuperação judicial

A empresa Albuquerque Engenharia, uma das maiores incorporadoras e construtoras do Acre, entrou com pedido de recuperação judicial, alegando dificuldades financeiras. Com o pedido deferido pelo Tribunal de Justiça do Estado, entraram no processo duas torres em construção no bairro Jardim de Alah, na rua Tião Natureza, em Rio Branco (nos fundos da loja do Barriga Verde da Via Dias Martins), pensadas para serem um moderno e luxuoso complexo comercial. Médicos e outros profissionais liberais que sonhavam instalarem ali seus consultórios e escritórios, perceberam que o projeto – embora com as torres já de pé, depois de mais de três anos de obra – se tornou o maior fracasso imobiliário do Acre. Uma das soluções apresentadas pelos empresários foi a retomada das obras para a conclusão do complexo e devolver o dinheiro de quem havia comprado as unidades comerciais num período de 20 anos.

É do Jorge Viana?

Dias antes do início do feriado de Carnaval, a Associação dos Promitentes Compradores (APCVT) conseguiu, via Justiça, liminar em que as duas torres sejam excluídas do processo de recuperação judicial da Albuquerque Engenharia. Isso permitirá um novo diálogo entre a construtora e os compradores, cujo deslinde deve ocorrer após o Carnaval. O curioso é que na vizinhança corre à boca pequena a informação de que o ex-senador Jorge Viana tem participação na obra e já chegou inclusive a ser visto no local, fiscalizando pessoalmente o andamento das obras. Os serviços de rádio de taxis e motos das imediações se referem ao local, como referência de endereço, “às torres inacabadas do Jorge Viana”.

Silêncio ou omissão

Na Câmara Municipal, os aliados da prefeita Socorro Neri que costumam frequentar as sessões vêm reclamando do que chamam de omissão da bancada de situação, que não vem fazendo o combate em defesa da Prefeitura. Com o silêncio dos vereadores da Frente Popular e que em tese são aliados da prefeita, quem cresce é a oposição. Só isso explica a aceitação que vem tendo o vereador Marcos Luz (MDB), recém-chegado à Câmara (era primeiro suplente e assumiu em fevereiro, com a posse do ex-vereador Roberto Duarte como deputado estadual) e que está prestes a conseguir aprovar dois pedidos de CPIs contra Prefeitura. Se a bancada aliada da prefeita não agir logo após o Carnaval, as CPIs podem ser aprovadas.

Antipatia

Uma das coisas mais antipáticas do atual momento político do Acre é essa caça às bruxas que também é chamada de despetização do governo, que é a denúncia ou as tentativas de se impedir as nomeações de pessoas com algum tipo de vínculo com os governos passados da Frente Popular. É algo antipático porque patrocinado, quase sempre, por militantes dos partidos que ajudaram a eleger o atual Governo, o que, aliás, vem irritando até o governador Gladson Cameli e o vice Major Rocha, que têm assinado algumas dessas nomeações. O fato é que ambos não têm culpa se algumas dessas pessoas são indicadas e aliadas dos deputados que compõem a base de sustentação do Governo.

Tecnicismo

Outro fato é que no Acre, por conta das composições, arranjos políticos ou mesmo amizades ou parentescos de uma sociedade relativamente pequena, isso sempre ocorreu. Quando Jorge Viana chegou ao poder, em 1999, eleito governador pela Frente Popular e com o PT à frente, também houve ranger de dentes de petistas históricos porque, em algum momento, foram nomeados pelo novo governo gente que havia trabalhado para os governos do PMDB, do PDS e até da velha Arena. Quando questionado sobre o assunto, na época, o então governador dizia que aquelas pessoas haviam sido nomeadas por ele porque eram absolutamente técnicas e necessárias, igual ao que vem ocorrendo em alguns momentos.

Não é tão simples

O deputado Fagner Calegário, que anda demonstrando insatisfação com o PV, partido pelo qual se elegeu em 2018 e que vem recebendo afagos do PP e do MDB para integrar a bancada de apoio ao Governo Gladson Cameli na Assembleia Legislativa, está crente que poderá deixar a sigla sem problemas porque a presidente regional da agremiação, Shirley Torres, lhe garantiu que não questionaria na Justiça a sua saída. É que, agora, por força da legislação eleitoral, o mandato não pertence mais ao parlamentar e sim ao partido, o que exige comum acordo entre quem tem mandato e quer sair com a cúpula partidária. Mas, para Calegario, as coisas podem não ser tão simples assim.

Dor de cabeça

É que o primeiro suplente do PV é Pedro Longo, ex-juiz de Direito e ao que tudo indica nada disposto a assinar carta renunciando a pretensão de vir a substituir Calegário caso ele peça desfiliação do partido. Isso significa que, se sair do partido, mesmo com a autorização de Shirley Torres, e Pedro Longo questionar sua saída na Justiça, o deputado pode vir a ter dores e cabeça, principalmente porque, na condição de ex-juiz, Longo conhece muito de Direito.

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